Camilo Santana diz que déficit de Estados deve ser incluído na reforma

O governador do Estado disse que há unanimidade entre os governadores sobre a necessidade da reforma, mas disse que a discussão não pode ficar centrada apenas no déficit da União

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse nesta quarta-feira (20) que o déficit da previdência dos Estados precisa ser incluído na proposta de reforma apresentada pelo governo. Santana disse que há unanimidade entre os governadores sobre a necessidade da reforma, mas disse que a discussão não pode ficar centrada apenas no déficit da União.

Santana disse ainda que as questões regionais devem ser consideradas na proposta de reforma da Previdência. "A economia do Norte e do Nordeste gira em torno dos pagamentos do INSS", disse ele. 

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também disse que a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC) precisa ser repensada para não prejudicar os trabalhadores mais pobres. "Esse é o pior dos mundos. A pior reforma é aquela que a gente não consegue aprovar. É melhor ter algo em que a gente consiga mais consenso para aprovar alguma coisa", disse.

O governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima (PSC), disse que alguns temas da reforma da Previdência precisam ser mais discutidos com governadores e categorias de trabalhadores, como policiais e professores. Lima disse ainda que um grupo de governadores vai levantar uma série de ações emergenciais que a União possa fazer para ajudar os Estados mais deficitários.

"A mudança no BPC pode prejudicar os mais pobres no Norte e Nordeste", disse o governador do Amazonas. "A questão dos trabalhadores rurais também precisa ser melhor discutida."

O governador do Amapá, Waldez Goés (PDT), disse que o governo deveria ter apresentado a proposta de reforma da Previdência antes. Segundo ele, houve duas reuniões de governadores antes da apresentação. Se eles já conhecessem o texto final, poderiam apresentar sugestões de mudanças, disse o governador.

"Cada Estado vai fazer a sua análise para que a gente tire um consenso daqui", afirmou. "Não estamos saindo daqui contra a PEC da Previdência, mas precisamos de um tempo para analisá-la."

Modelo apresentado

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) entregou pessoalmente, nesta quarta-feira (20), a proposta da reforma da Previdência ao Congresso Nacional. O projeto, que prevê aumento da idade mínima para aposentadoria em 65 anos para homens e 62 para mulheres, será analisado, agora, pela Câmara dos Deputados. 

A proposta elaborada pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes reduz o período de transição em relação ao projeto apresentado pelo governo Michel Temer. O período para se chegar à idade mínima proposta será de 12 anos, contra os 20 anos da proposta anterior. Segundo Guedes, o modelo apresentado endurece as regras de aposentadorias, reduzir esses gastos e chegar a uma economia de aproximadamente R$ 1 trilhão em 10 anos."

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