Bancários do Ceará encerram greve em assembleia

Decisão foi tomada na noite desta quinta-feira, realizada no Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará

Escrito por Redação ,

Os bancários do Ceará, de bancos públicos e privados, decretaram o fim da greve em assembleia realizada no Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), na noite desta quinta-feira (6). Os trabalhadores acataram propostas oferecidas pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que incluem reajuste salarial de 8%, abono de R$ 3,5 mil, e outras detalhes específicos para o Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. 

Nesta quinta-feira, os bancários completaram 31 dias de paralisação no Estado, com mais de 76% das agências fechadas no Ceará. Iniciada oficialmente no último dia 6 de setembro, a greve tinha, a princípio, a expectativa de fechar 100% das agências no Estado ao longo dos dias de paralisação, algo que não chegou a acontecer.

Negociação complicada

Desde que teve início, a paralisação nacional registrou, quase diariamente, diversas tratativas entre bancários e bancos. Os trabalhadores pediam reajuste salarial de 14,78%, dos quais 5% são de aumento real. A pauta incluia ainda participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales alimentação e refeição, e auxílio-creche/babá no valor do salário mínimo nacional (R$ 880).

As demandas sempre foram consideradas elevadas por parte dos bancos, que não cediam muito durante às negociações. O impasse foi arrastando a greve, que na última quarta-feira (5) completou um mês. Na ocasião, ainda não havia nenhuma previsão para o término da paralisação e os bancários do Ceará chegaram a distribuir bananas em frente à Caixa Econômica Federal da Praça do Ferreira, em protesto contra os bancos.

Nesta quinta-feira, entretanto, a proposta de reajuste nominal de 8% e abono de R$ 3,5 mil, por parte da Fenaban, trouxe um reviravolta nas negociações, já que o Comando Nacional dos Bancários passou a indicar a aprovação da proposta e o fim da greve.

Clientes com dificuldades

Durante seus 31 dias, a paralisação causou transtornos para quem desejava realizar determinados tipos de operação. Apesar de as instituições bancárias oferecerem atendimento eletrônico para grande parte delas, havia quem enfrentasse problemas para realizar, por exemplo, o saque de benefícios como o seguro desemprego

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Diante de dificuldades enfrentadas por clientes, o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza) encaminhou, inclusive, em 15 de setembro, oito recomendações à Associação de Bancos do Ceará (Abance) e à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Na época, o diretor jurídico da Abance, Lúcio Paiva, disse que elas estavam sendo cumpridas.

De acordo com o site Reclame Aqui, os cinco maiores bancos do País foram responsáveis por 10 mil queixas em setembro, no maior patamar do ano, representando um aumento de 21% em relação às reclamações feitas em agosto. Segundo o site, as queixas sobre FGTS estavam entre as principais. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a alta foi de 17%, considerando as cinco maiores instituições financeiras do País.

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