Novo equipamento da Cemag possui tecnologia cearense

A Selecionadora Eletrônica de Frutas foi criada e desenvolvida por dois jovens tecnólogos do Estado

Escrito por Egídio Serpa* - Colunista ,
Legenda: Carlos Prado - que está em Berlim com seus filhos Adriana, Marilena, Tom, Caito e José Luís participando, pela 14ª vez da Fruit Logistica - assegura que os dois equipamentos da Cemag melhoraram o desempenho da colheita de melões e melancias

Berlim (Alemanha). Empresa cearense fabricante de máquinas e equipamentos agrícolas, a Cemag - cujo sócio principal é o empresário Carlos Prado, também sócio e presidente da Itaueira Agropecuária - lançará, no próximo mês de maio, em Ribeirão Preto (SP), na Agrishow, maior feira da agroindústria latino-americana, duas novidades, uma das quais é a Selecionadora Eletrônica de Frutas, cuja tecnologia foi criada e desenvolvida por dois jovens tecnólogos formados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

O outro equipamento é uma máquina colheitadeira de melão, frutas e hortaliças similares (abóbora, repolho e melancia, por exemplo), já em pleno uso pela Itaueira em sua fazenda de produção no município de Ribeira do Amparo, no Nordeste da Bahia, quase na divisa com Sergipe. Antes mesmo do seu lançamento, as novas máquinas da Cemag já interessaram a várias empresas agrícolas do País.

Carlos Prado - que está em Berlim com seus filhos Adriana, Marilena, Tom, Caito e José Luís participando, como expositor, pela 14ª vez da Fruit Logistica, que é a maior feira mundial de frutas - assegura que os dois equipamentos da Cemag melhoraram o desempenho da colheita de melões e melancias no campo e no "packing house" (unidade de beneficiamento onde as frutas são selecionadas).

Desenvolvimento

A selecionadora eletrônica fabricada pela Cemag e usada pela Itaueira na Bahia tinha, até dois anos atrás, tecnologia importada, que exigia manutenção à distância, via internet. Foi aí que, desafiados por Carlos Prado, os tecnólogos cearenses Michel Freire e Régis Nogueira, da 3v3 Tecnologia Ltda - "uma start up também 100% cearense" - criaram e desenvolveram uma tecnologia de ponta que satisfez - e segue satisfazendo - todas as exigências da máquina selecionadora, que serve também para outros tipos de frutas e hortaliças, daí o interesse despertado junto a empresas da hortifruticultura de outros estados.

Seleção

Graças à tecnologia da 3v3 e por meio de sensores, a máquina distingue os produtos (no caso da Itaueira, os melões e melancias) pelo peso, definindo-os, homogeneizando-os e tornando mais rápida e fácil a sua embalagem, o que reflete diretamente na produtividade, que só cresce.

Melão

A Itaueira, que tem sede em Fortaleza, teve de suspender sua produção de melão e melancia no Ceará por falta de água. A unidade cearense foi transferida para o Rio Grande do Norte, onde, no município de Ipanguaçu, já colhe e exporta sua primeira safra. Além da unidade de produção da Bahia, a empresa também produz no município piauiense de Canto do Buriti, no Centro-Sul daquele Estado.

"Quando se normalizar a oferta de água, nós voltaremos a produzir no Ceará, mas sem desmobilizar a unidade potiguar, onde fizemos um grande investimento e onde abrimos centenas de novos empregos e de cujo governo recebemos o melhor apoio", explica Carlos Prado. Ele informa, ainda, que 90% do que a Itaueira produz de melão e melancia são destinados ao mercado interno brasileiro, cuja população "está ávida por alimentos saudáveis, como as frutas, as verduras e os legumes".

Preço

Prado também deu explicação para o fato de que os melões produzidos pela Itaueira são mais caros do que os da concorrência. "Nós investimos permanentemente na melhoria da qualidade dos nossos produtos - desde o tratamento do solo até o uso das melhores sementes do mundo. Disso resulta uma fruta com sabor, cor e tamanho homogêneos, e, naturalmente, com preço diferenciado", concluiu.

*O colunista viajou a Berlim a convite da Fruit Logistica

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