Nível de desemprego no Ceará deve encerrar ano no patamar de 10%

Melhoria das perspectivas econômicas e a evolução do mercado de trabalho local ao longo deste ano elevam as expectativas para que o nível de desemprego no Estado recue mais ao fim de 2018, comparado ao ano passado

Escrito por Bruno Cabral , bruno.cabral@diariodonordeste.com.br

Após a taxa de desemprego no Ceará apresentar redução nos três primeiros trimestre do ano, a expectativa é de que o mercado de trabalho cearense feche 2018 em um patamar melhor do que no encerramento do ano passado (11,1%), ficando em torno de 10%, segundo estima Mardônio Costa, analista de Mercado de Trabalho do Sistema Nacional de Empregos/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT). Para 2019, com as perspectivas de crescimento econômico, a tendência é de que essa trajetória seja mantida.

"O mercado de trabalho local tem dado concretos sinais de melhora ao longo do ano", aponta o analista. "Tradicionalmente, o desemprego tende a cair nessa época de fim do ano, até porque temos essas contratações do comércio e do setor de serviços. Então, acredito que, possivelmente, o Ceará feche o ano com uma taxa de desemprego por volta de 10%", prevê.

No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desocupação no Estado era de 12,8%, caindo para 11,7% no segundo trimestre e para 10,6% no terceiro. O indicador apresentou melhores resultados em todos os trimestres deste ano, na comparação com iguais períodos de 2017 (14,3%, 13,2% e 11,8%, respectivamente).

O segundo trimestre deste ano, por sua vez, apresentou o maior número de ocupados para o período, desde 2012, tanto no Estado (3,556 milhões de pessoas) como na Região Metropolitana de Fortaleza (1,510 milhão).

Recuperação gradual

Apesar da expectativa otimista, o analista de Mercado de Trabalho do Sine/IDT avalia que a recuperação do emprego deva ocorrer de forma gradativa, acompanhando o ritmo de recuperação da economia do País.

"Atualmente, estamos (com uma taxa de desocupação) em 10,3%, com 437 mil desempregados no Estado, mas como estamos no segundo ano consecutivo de crescimento econômico, podendo o Ceará crescer em torno de 1,5% neste ano, isso tem favorecido um desempenho melhor do mercado de trabalho", avalia Mardônio Costa.

Entre os fatores que deverão contribuir para uma melhora no próximo ano, Costa destaca a evolução no ambiente macroeconômico e o aumento da confiança dos agentes econômicos do comércio e na indústria. "As expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para o próximo ano estão em torno de 2,5%. Então, como nós vamos crescer um ponto percentual a mais do que neste ano, a perspectiva é de que esse processo gradual de melhora no mercado de trabalho tenha continuidade em 2019".

Saldo de emprego para mulheres e homens no Ceará e Região Metropolitana de Fortaleza

Mercado de trabalho

Ontem (18), a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do estado do Ceará (STDS) e IDT lançaram o boletim "Mercado de Trabalho em Foco", que irá compilar dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para mapear os indicadores sobre emprego no Estado.

Segundo o titular da STDS, secretário Francisco Ibiapina, o novo documento, que deverá ser divulgado semestralmente, servirá para dar direcionar ações do Governo do Estado focadas na geração de emprego e renda.

"Vamos priorizar áreas no Estado onde a necessidade de emprego é maior, atraindo investimentos, novos empreendimentos. Atuando, também, junto àquela parcela da população que está mais fragilizada, como as mulheres, que sempre têm oportunidades menores de empregos do que os homens, a questão regional, ou por idade", destaca o secretário.

Interior

Além de compilar dados gerais do Ceará e da Região Metropolitana de Fortaleza, o novo boletim irá apresentar dados segmentados do Interior, e das regiões metropolitanas de Sobral e do Cariri. "Então, a partir do IDT, o Governo do Estado do Ceará vai ter um subsídio muito forte para o novo governo que se inicia, para que possamos implantar políticas de geração de emprego, trabalho e renda".

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