Investimento do trade turístico deve gerar retorno de R$ 2,9 bilhões

Setor aposta na realização de espetáculos musicais e queima de fogos para atrair turistas nacionais e internacionais. Além da divulgação do Ceará como destino turístico, retorno se traduz em receita robusta na alta estação

Escrito por Ingrid Coelho , ingrid.rodrigues@diariodonordeste.com.br

Há pelo menos cinco meses, hotéis, pousadas e restaurantes de Fortaleza divulgam o que terão a oferecer aos turistas e moradores da Cidade no Réveillon 2019. As atrações são compostas por peças do cenário musical com cachês que estão entre os maiores da atualidade graças ao grande público que costumam atrair.

O investimento para garantir os espetáculos musicais e na infraestrutura para comportar o numeroso público não é em vão. Para o Estado, a expectativa é que os esforços retornem em mais divulgação, turistas e arrecadação. De acordo com estudo da Secretaria do Turismo do Estado (Setur), é esperada uma receita de R$ 2,9 bilhões com o movimento intenso na alta estação, que compreende os meses de dezembro a fevereiro.

O Réveillon 2019 deve ter participação importante na composição do dado, já que, para a data - do dia 29 de dezembro a 2 de janeiro -, a Pasta e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE) falam em uma ocupação hoteleira de 95%, mas que pode alcançar 100% na noite da virada de ano.

O titular da Setur, Arialdo Pinho, avalia que o Réveillon de Fortaleza vem se consolidando aos poucos. "É um movimento que leva ao menos uns 10, 15 anos, mas acredito que esse processo está acontecendo em Fortaleza. A gente espera ter outras datas com essa mesma movimentação do Réveillon, como feriado do Natal e Dia da Criança (feriado de Nossa Senhora Aparecida", detalha Pinho.

Para ele, o investimento público e privado no fim de ano em Fortaleza e outras cidades do Ceará gera um impacto significativo. "Traz gente, nossas praias ficam lotadas por quatro, cinco dias. Isso é muito forte para Cidade, é distribuição de renda na mesma hora, impacta nos shoppings e comércio em geral", avalia.

Ainda de acordo com estudo da Secretaria do Turismo, devem passar pelo Ceará entre dezembro e fevereiro 1.158.973 turistas, crescimento de 7,9% na comparação com a alta estação 2017/2018. Desse total, cerca de 100 mil são oriundos de outros países, salto de cerca de 40% na mesma base de comparação.

O titular da Secretaria Municipal do Turismo de Fortaleza (Setfor), Régis Medeiros, também destaca que Fortaleza já se consolidou como o segundo maior Réveillon popular. "Temos também grandes festas em hotéis e resorts que também agregam muito ao grande Réveillon de Fortaleza. Isso injeta muito dinheiro na nossa economia, então o retorno que a nossa Cidade tem é enorme. É capital na nossa economia e geração de emprego e renda. O movimento turístico da virada dá o pontapé inicial das férias", frisa.

O presidente da ABIH-CE, Eliseu Barros, corrobora que o investimento nas festas de fim de ano atrai um número cada vez maior de turistas. "Quem vem de outros lugares aluga carro, frequenta restaurantes, vão a shows de humor e compram o nosso artesanato. Ele movimenta toda uma cadeia produtiva", diz.

Ele revela que a ABIH-CE faz um planejamento todos os anos que inclui feiras e roadshows, além da organização do Réveillon. O presidente diz ainda que é fácil contratar uma atração quando ela já fará show em outro local da Cidade. "Quando uma atração dessas vem fazer mais de um show aqui, você consegue barganhar preço".

Para atender à demanda, a convocação de novos funcionários em bares, restaurantes e barracas de praia também é impulsionada. Os empreendimentos da Praia do Futuro, por exemplo, efetuaram contratação de 25% a 30% maior na comparação com a alta estação 2017/2018, ainda conforme números da Setur.

Contratações

De acordo com o conselheiro administrativo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) e proprietário da barraca Terra do Sol, Ivan Assunção, os estabelecimentos da Capital vão incrementar o quadro após anos de estagnação com a crise econômica. "Em 2018, a gente viu o empresário voltando a contratar".

O investimento também se traduz em infraestrutura. Segundo Assunção, a preparação inclui ainda o aluguel e compra de novos equipamentos. "Eu aluguei um contêiner para ter um estoque maior de alimentos e bebidas. É necessário se estruturar. Além de Fortaleza ser uma Capital turística, o próprio morador tira férias e frequenta bares, restaurantes e praias", ressalta. Com o aporte, o setor prevê receita, em média, 10% maior que a do fim de 2017.

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