"Inovação é o motor da vantagem competitiva"

Mais do que nunca, o mundo moderno encurtou distâncias e a transformação digital força mudanças velozes

Escrito por Valerya Abreu - Colunista ,

Nossas organizações estão preparadas para lidar com um mercado que sistematicamente tem a necessidade de se reinventar e de romper com modelos e padrões instituídos? Inovar é a saída e realmente é preciso? Essas e outras questões são tocadas aqui pelo executivo Luis Lobão, que lidera a área de educação corporativa da HSM. Ele vem a Fortaleza para participar do Fórum Novo Mercado, Novos Métodos, promovido pela Gomes de Matos, próximo dia 27. Diante de tantas e tão complexas questões que têm constado na agenda de empresas e empresários tanto local quanto globalmente, encarar o desafio de estar atento às mudanças parece ser mandatório para a sobrevivência de todos.

"Inove ou morra" é o tema do Fórum que vai acontecer e do qual você participa como palestrante. Queria iniciar perguntando qual o seu conceito para inovação, já que esse é um tema tão amplo e que reúne visões distintas.

De uma maneira bastante simples, inovação é tudo aquilo que, no mundo dos negócios, gera dinheiro novo. Na verdade, em qualquer negócio. No varejo, por exemplo, eu posso ter uma inovação na jornada do cliente, onde o cliente tenha ali inspiracões, não precisa ser necessariamente tecnológica. No segmento de alimentação, pode ser sob a forma de novos sabores etc. Ou seja, significa pensar em produtos e serviços sempre melhores. Importante dizer que inovação é hoje o motor da vantagem competitiva da empresa e a empresa em inovação, acaba virando commodity e competição por preço. Em resumo, é tentar fazer algo que é comum, melhor e assim gerar dinheiro novo.

As organizações hoje, nesse contexto, não estão sedo exigidas demais nesse aspecto, forçadas a se reinventarem?

A inovação é sobretudo uma mudança de mindset. O mundo mudou de linear e local para global e exponencial. Tem pessoas que têm um mindset totalmente voltado para os modelos predominantes no passado. E é preciso entender que o futuro não será uma extrapolação do passado. Essa visão linear acabou. Estamos em um ponto de inflexão das novas tecnologias e o mais impressionante dessa era exponencial é que tá havendo uma fusão físico, digital e biológico. Isso é o exponencial, fusão da tecnologia. Nosso concorrente não mora mais ao lado. O Uber, por exemplo, mudou a matriz de transporte global.

E em relação aos profissionais e sua formação, qual a grande mudança e disrupção esperada?

O desenvolvimento do potencial humano é fundamental, a base de tudo. Tem que entender é como provocar essas mudanças. Líderes organizacionais e profissionais de Recursos Humanos são os primeiros que deveriam entender essa mudança. Novas formações, novos perfis profissionais, novas demandas, profissionais habilitados para novas tarefas e visão de mundo. Tudo isso vai além da competência técnica.

E qual o impacto de todos os movimentos que as organizações precisam fazer, por exemplo, no seu próprio modelo de negócios?

Se as pessoas não entendem essa transformação, elas vão tentar proteger tudo. Os ativos do passado foram substituídos pela ideia de economia compartilhada. Novos conceitos de mercado afetam diretamente o modelo de negócios. Vivemos hoje a era da desmaterialização e da desmonetização e com isso as coisas se tornam mais baratas. Isso porque hoje as empresas ganham dinheiro é com a democratização, favorecendo o acesso. A grande mudança no modelo de negócios é que não estão mais baseados em função de ativos. Temos grandes mudanças nos hábitos de consumo. Ou seja, hoje falamos de plataforma de negócios e temos os Ifoods como exemplo desses novos tempos. O mais importante dessa era exponencial que vivemos é que tá havendo uma fusão físico, digital e biológico. Isso é o exponencial, fusão das tecnologias.

E as marcas, o que é esperado delas nesse contexto?

Cada vez mais o que se espera é que elas comecem a construir um conceito por trás de um propósito. Isso está relacionado à causa e à identidade próxima com seu público consumidor. Dados da última NRF (National Retail Federation), apontam que hoje 67% da jornada de compras é digital, o que significa que é preciso construir reputação digital passando a ser muito importante, além de promover experiências.

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