Inflação da 3ª idade sobe 2,3% no 2º tri

Escrito por Redação ,
Legenda: Para os consumidores brasileiros de todas as idades, a carne ficou 4,6% mais cara devido à greve dos caminhoneiros, no fim de maio deste ano

Rio. A inflação sentida pela população idosa acelerou o ritmo de alta de 0,89% no primeiro trimestre deste ano para 2,30% no segundo trimestre, informou, ontem (11), a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação da cesta de consumo de famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos de idade, acumulou uma alta de 5,14% em 12 meses.

Com o resultado, a variação de preços percebida pela terceira idade ficou acima da taxa de 4,43% acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que apura a inflação média percebida pelas famílias com renda mensal entre um e 33 salários mínimos.

No segundo trimestre de 2018, seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas. A principal contribuição partiu do grupo Habitação, que passou de alta de 0,07% no primeiro trimestre para aumento de 3,08% no segundo trimestre.

Energia residencial

O item que mais influenciou o avanço foi a tarifa de eletricidade residencial, que variou 13,97% no segundo trimestre, ante uma queda de 2,05% no trimestre anterior.

Os demais acréscimos, segundo a FGV, ocorreram nos grupos: Alimentação (de 1,41% para 2,50%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,59% para 2,55%), Transportes (de 1,61% para 2,39%), Vestuário (de -0,02% para 1,05%) e Comunicação (de -0,13% para 0,09%).

Os destaques partiram dos itens laticínios (de 0,84% para 8,22%), medicamentos em geral (de 0,09% para 3,17%), gasolina (de 2,81% para 7,83%), roupas (de -0,02% para 1,26%) e mensalidade para TV por assinatura (de -0,42% para 1,80%), respectivamente.

Na direção oposta, a taxa no grupo de Despesas Diversas caiu de 0,62% para 0,35%, sob influência de itens como passeios e férias (de -2,91% para -5,75%) e cartório (de 2,87% para 0,12%).

Carne

Item que pesa no orçamento dos consumidores brasileiros, sejam eles idosos ou não, a carne registrou um aumento significativo no seu preço, como reflexo da greve dos caminhoneiros, que fez o brasileiro gastar mais para colocar carne no prato em junho. Com entregas abaixo do normal nos frigoríficos, supermercados e açougues, o preço subiu 4,6% no mês.

O impacto da crise nas estradas ocorreu justamente em um período em que o custo para o consumidor deveria estar mais baixo devido ao final da safra, segundo o pesquisador Thiago de Carvalho, do Cepea (Centro de Estudos em Economia Aplicada), da USP. "A greve ocorreu no momento em que a oferta iria aumentar", diz. "Mas o consumidor ficou sem essa baixa no preço", comenta.

Com a redução das pastagens, produtores esperam que a carne ainda suba até 7% neste ano, diz a Abrafrigo (associação de frigoríficos). Em junho, a inflação geral foi de 1,26%, a maior para o mês em 23 anos.

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