Indústria do Estado fica praticamente estável

Na passagem de maio para junho, contudo, a produção industrial local cresceu 6,8%, segundo o IBGE

Escrito por Redação ,
Legenda: Um dos destaques positivos em junho veio do segmento de produtos alimentícios e bebidas

A produção industrial do Ceará no primeiro semestre deste ano ficou praticamente estável, com alta de 0,3%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada, ontem (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi melhor que o verificado em igual período na região Nordeste (-0,3%), mas ficou abaixo da média nacional (2,3%). "Até abril, a gente vinha apresentando uma recuperação, ainda que lenta. A greve dos caminhoneiros veio derrubar o índice, o que indica que a economia cearense não está se recuperando", diz o economista da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Antonio Martins.

Considerando apenas o mês de junho, a indústria cearense cresceu 6,8%, em relação a maio. Este é o melhor resultado nesta base de comparação desde dezembro de 2016, quando havia avançado 9,3%. Apesar da variação positiva, o resultado está sob influência da greve dos caminhoneiros, em maio, fator que deixou a base de comparação muito baixa. "A greve fez a produção do Estado cair muito, de forma que quando as coisas começam a voltar à normalidade em junho a variação indica um crescimento muito elevado", esclarece o economista.

Confirmando a explanação, o índice sofre retração de 3,6% quando comparado com igual mês do ano passado. "Isso demonstra que o crescimento de junho é uma recuperação apenas parcial, ocasionado majoritariamente pela base de comparação baixa mesmo", afirma Antonio Martins.

O resultado do mês de julho, que será divulgado apenas no início de setembro, é decisivo, segundo Martins, para indicar se está havendo uma retomada.

Segmentos

Dos 11 segmentos da indústria levados em consideração na pesquisa, somente três registraram variação positiva em junho na comparação com igual mês do ano passado. Os destaques ficam por conta dos produtos alimentícios e bebidas, que cresceram 2,36% e 1,14% respectivamente. Os itens de metalurgia também avançaram, entretanto de forma mais discreta (0,31%).

"O destaque desses dois setores também estão relacionados com a greve, pois foram os mais afetados no período. Então criou-se novamente aquela baixa base de comparação", reitera Martins. Ele ressalta ainda que os estados que mais ganharam visibilidade no mês de referência por essa alta variação também foram os mais prejudicados pela paralisação.

Cenário nacional

A produção industrial cresceu em 13 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE na passagem de maio para junho, seguindo a média nacional de 13,5% registrada no período. As maiores altas foram observadas nos estados do Paraná (28,4%), de Mato Grosso (25,6%), Goiás (20,8%), do Rio Grande do Sul (17,0%) e de Santa Catarina (16,8%). Também tiveram alta os estados de São Paulo (14,8%), Pernambuco (13,5%), da Bahia (11,6%), de Minas Gerais (7,1%), do Ceará (6,8%), Pará (2,8%) e Rio de Janeiro (2,2%). O IBGE também calcula o resultado consolidado dos nove estados da Região Nordeste, com crescimento de 12,3% no período.

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