'Importante é manter a liberdade'

Escrito por Redação ,
Legenda: Ivan Monteiro: 'os meus primeiros 90 dias aqui (Petrobras) foram dramáticos
Foto: FOTO: MARCELO CAMARGO

Rio. Alçado ao comando da Petrobras em meio à crise gerada pela greve dos caminhoneiros, o presidente da estatal, Ivan Monteiro, defende a política de preços baseados em cotações internacionais como fundamental para manter a saúde financeira da companhia. O tema se tornou parte do debate nacional e gerou temores de novas intervenções na gestão da companhia. "O importante para a Petrobras é não perder a liberdade para praticar a política comercial mais realista possível", diz.

Em junho, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) abriu consulta pública para estudar a possibilidade de limitar o prazo de reajustes. Às vésperas da eleição, Monteiro diz que os candidatos à Presidência terão a oportunidade de comparar duas visões muito claras sobre a condução da estatal: uma que conduziu ao "desastre" e outra que levou à recuperação.

"Os meus primeiros 90 dias aqui foram dramáticos. Ninguém pode querer aquela situação novamente", afirma, referindo-se ao início de 2015, quando chegou à empresa com a missão de calcular os custos da corrupção. "Foi a ausência de interferência política que possibilitou a recuperação", defende. Ele assumiu o comando da maior empresa do País em substituição a Pedro Parente, que renunciou após questionamentos sobre a política de preços.

O novo presidente diz que, assim como Parente, recebeu do presidente Michel Temer a garantia de que não haverá ingerência em sua gestão. Mas afirma estar aberto ao diálogo em relação à possibilidade de estabelecer periodicidade nos reajustes dos combustíveis.

Tributo amortecedor

Sobre a defesa pela Petrobras defende da criação de um imposto que suavize o repasse da volatilidade para o consumidor, Monteiro reforçou: "Existem exemplos ao redor do mundo em que os governos fazem isso porque, quando ocorre aumento expressivo de preços do petróleo, há impacto relevante na inflação. E a resposta dos bancos centrais é subir a taxa de juros, o que gera um impacto negativo na economia". Ele disse ainda que tributos existentes podem ser usados para isso.

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