Egídio Serpa: Pecém-Roterdã: uma nova página

Escrito por Redação ,

Hoje, às 14 horas, no Palácio da Abolição, será escrita uma nova página da economia do Ceará. O Governo, por meio da CIPP S/A (antiga Cearáportos), celebrará contrato com a Autoridade do Porto de Roterdã, que passará a integrar o capital e a diretoria da empresa que administra o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Os holandeses, além do que aportarão ao se tornarem sócios da empresa cearense, investirão no CIPP já anunciados 75 milhões de euros (algo como R$ 317 milhões ao câmbio de ontem) e agregarão sua expertise à gestão do empreendimento. Um dos maiores e mais modernos portos do mundo, o de Roterdã não tem mais para onde crescer (na sua geografia, operam cinco refinarias de petróleo e centenas de grandes, médias e pequenas empresas). Mas como seu negócio precisa crescer, Pecém surgiu no radar holandês, que viu nele algumas virtudes estratégicas: equidistância da Europa, da Costa Leste dos EUA e do Canal do Panamá, profundidade suficiente para a atracação dos grandes navios, essencial para a instalação de um centro de distribuição de cargas (um hub), e espaço para expansão off shore (dentro do mar) e on shore. O governador Camilo Santana, que acaba de ser reeleito, aposta tudo na parceria da CIPP S/A com o Porto de Roterdã.

UM POUCO DE HISTÓRIA

No fim de 2016, o presidente da então Cearaportos, Danilo Serpa, ouviu do empresário Carlos Prado, uma sugestão: "Por que você não procura fazer parceria com um dos grandes portos do mundo?" E citou o de Shangai, na China, o de Antuérpia, na Bélgica, e o de Roterdã, na Holanda. Oito dias depois dessa sugestão - feita durante um almoço com empresários da indústria e da agropecuária - Danilo Serpa foi recebido pela direção do Porto de Roterdã. Quatro meses depois, no dia 22 de março de 2017, naquela cidade holandesa, foi assinado o Memorando de Entendimento (MoU), de que resultou o contrato que hoje será celebrado e que unirá, oficialmente, os dois portos.

FEIRA DO CAMARÃO

Vem aí, de 13 a 16 de novembro, no Centro de Convenções de Natal, a 10ª edição da Feira Nacional do Camarão (Fenacan), que neste ano terá a participação de expositores estrangeiros. Evento promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), a Fenacan-2018 tratará de como produzir camarão para os mercados interno e externo. Para isso, será necessário mais do que dobrar a produção atual. O cearense Cristiano Maia, presidente da ABCC e maior produtor de camarão do País, está otimista. "Estamos a produzir com a melhor tecnologia para superar os problemas causados pela mancha branca. Estamos na terceira geração de animais. A partir da quinta, o DNA dos animais já estará protegido contra esse e outros vírus que giram o mundo. Estamos investindo pesadamente em genética, e sem ajuda do poder público, só com dinheiro privado", informa ele.

SORVETE CEARENSE

Uma doce informação: o Sindicato da Indústria de Sorvetes do Ceará promoverá, nos dias 31 deste outubro e 1º de novembro, na Fiec, a I Exposorvetes Ceará. A presidente da entidade, Mírian Pereira, reunirá a cadeia produtiva do sorvete cearense, cujos empresários ouvirão palestras técnicas sobre sua atividade. Todas elas voltadas para a inovação. Haverá um curso sobre como produzir sorvete caseiro. Ou seja, parece que ensinarão o pulo do gato ao consumidor

CAPITAL DE GIRO

É pegar ou largar. O BNB está oferecendo financiamento para o capital de giro de empresas de todos os portes. A novidade vem agora: com juros de 0,5% ao mês. Para o mercado varejista, que vê chegando as vendas do período natalino, é uma mão na roda. É, pois, fácil contratar o financiamento. Difícil será pagar a dívida.

MÁRMORES E GRANITOS

Uma fonte com gabinete no Palácio da Abolição informa: o governador Camilo Santana está constrangido com o lento andamento do processo de legalização do terreno a ser incorporado pela ZPE-Ceará e no qual serão construídas pelo menos cinco indústrias de beneficiamento de mármores e granitos, duas das quais do Espírito Santo. Há dois anos, durante jantar com os empresários do setor de mineração, Camilo Santana prometeu que a legalização do terreno seria resolvida em poucos meses. Passaram-se já 24 meses, e, até agora, nada. Segundo esta coluna apurou junto a várias fontes, o problema é da burocracia.

PREVIDÊNCIA

Na opinião de empresários da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o senador Eunício Oliveira, mesmo não tendo sido reeleito, poderá passar à história se liderar um esforço no sentido de que seja aprovada, até o fim da atual legislatura, a proposta de Reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional. É muito difícil, mas não é tarefa impossível. Mas para isso será necessário que o presidente eleito no dia 28 esteja a favor.

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