Dólar vai a R$ 4,141; 3ª maior cotação desde o Plano Real

Moeda norte-americana avançou 1,44% nessa terça-feira, influenciada por fatores internos e pelo cenário externo

Escrito por Redação ,
Legenda: O valor do dólar nessa terça-feira só foi menor que os registrados em setembro de 2015 (R$ 4,145) e em janeiro de 2016 (R$ 4,166). A variação da moeda comercial tem feito o dólar turismo disparar
Foto: FOTO: REUTERS

Fortaleza/São Paulo. O dólar se aproximou de R$ 4,15 ontem (28), com o noticiário eleitoral mais aquecido e um cenário externo menos favorável a emergentes. O dólar comercial avançou 1,44% e fechou a R$ 4,141. A moeda chegou a abrir em baixa, atingiu R$ 4,065, mas na máxima foi a R$ 4,148. Essa foi a terceira maior cotação diária desde o Plano Real - em setembro de 2015, fechou a R$ 4,145 e em janeiro de 2016 foi a R$ 4,166.

À tarde, quando a moeda marcou a maior cotação do dia, as perdas do real foram alinhadas ao enfraquecimento de emergentes e também à desvalorização do petróleo.

Com o novo salto da moeda dos EUA, o dólar turismo nas casas de câmbio da Capital cearense chegou a custar R$ 4,37 (valor à vista e com IOF incluso). O valor foi encontrado na Monde e La Moneta. Nesses mesmos locais, a moeda no cartão pré-pago chegou a R$ 4,58 e R$ 4,64, respectivamente. O menor valor foi encontrado na Ourominas, a R$ 4,24 à vista e R$ 4,58 no cartão pré-pago.

O fortalecimento do dólar, entretanto, foi atribuído por agentes do mercado cambial principalmente ao grau de incerteza com a corrida presidencial. Como escreveu Alessandro Faganello, da Advanced Corretora, "os mercados continuam operando com alto grau de volatilidade enquanto o País vive período eleitoral recheado de incertezas, com os candidatos ainda sem conseguir convencer os eleitores indecisos". No noticiário internacional, alguns emergentes foram destaque, a começar pela vizinha Argentina.

O BC argentino atuou no mercado cambial a fim de conter a forte depreciação do peso. A agência de classificação de risco Moody's afirma que a taxa de juros a 45% ao ano na Argentina irá ajudar a conter a desvalorização do peso, mas enfraquecerá ainda mais a economia "que está entrando em uma recessão".

Ações

O Ibovespa operou durante o dia no terreno negativo, mas, conseguiu se manter na região dos 77 mil pontos. O principal índice do mercado de ações encerrou o tempo regular dos negócios em queda de 0,59%, aos 77 473,18 pontos e volume de R$ 8 bilhões. As incertezas internas e o ambiente externo fazem com que os gestores sigam cautelosos para assumir grandes posições.

Opinião

Movimento de especulação já era esperado

Henrique Marinho - Economista

Esse movimento especulativo era esperado, principalmente tendo em vista as incertezas sobre as eleições e a expectativa do empresário em relação à economia que, no início do ano, tinha expectativa de crescimento de 3%. Agora, se crescer 1% vai ser muito. O dólar tem também um componente externo. Mas não dá para culpar somente o cenário externo. Isso porque o mercado trabalha de forma muito especulativa e no sentido de ganhar benefício. As instituições financeiras que trabalham nesse setor aproveitam o movimento para comprar e vender a moeda. E a ação do Banco Central tem que ser fundamental para que o dólar não tenha essa ascendência tão grande. Agora, o BC tem US$ 380 bilhões de reserva para a função de equilibrar a moeda. Tem como segurar, até porque não perdeu reserva até agora. Ou seja, não está havendo fuga de capital do País.

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