Dólar recua 0,86%, cotado a R$ 4,12; Bolsa avança 1,80%

Escrito por Redação ,
Legenda: As ações tiveram um comportamento positivo na última sessão, quando a Bolsa atingiu uma pontuação de 76.788
Foto: FOTO: MARCELO COELHO

São Paulo. O dólar voltou a bater em R$ 4,20 logo após a abertura dos negócios dessa segunda-feira (17), mas após operar perto da estabilidade, engatou queda na parte da tarde e terminou o dia com recuo de 0,86%, a R$ 4,1292, o menor valor em uma semana. Pela manhã, o cenário eleitoral acabou provocando nervosismo nas mesas de câmbio, principalmente pelo crescimento de Fernand Haddad (PT) nas pesquisas de intenção de voto e sondagens de instituições financeiras. Mas a queda do dólar ante divisas de emergentes e alguns países desenvolvidos, acabou contribuindo para estimular a venda da moeda aqui.

Quando o dólar bateu na máxima do dia, a R$ 4,2041, operadores ressaltam que a cotação acabou atraindo vendedores, incluindo exportadores e a moeda caiu rapidamente para a casa dos R$ 4,15.

O dólar tem tido dificuldade de romper este nível de forma consistente, segundo profissionais do mercado, justamente porque atrai vendedores. Ao mesmo tempo, o diretor técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, destaca que o dólar tem se consolidado acima de R$ 4,10 e valores próximos a essa cotação são, neste momento, oportunidades de compra. Na mínima de ontem, o dólar caiu a R$ 4,1170.

Para a moeda cair abaixo desse valor, em direção aos R$ 4 ou abaixo, o diretor ressalta que é preciso um fato novo nas eleições, que seria uma arrancada de Geraldo Alckmin (PSDB) ou Jair Bolsonaro (PSL) ganhando ainda mais votos.

No exterior ontem, o dólar caiu ante moedas de emergentes, como Argentina, Rússia e Chile, e alguns desenvolvidos, como o Japão, com declarações do diretor do conselho econômico nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, que prometeu para breve anúncios sobre tarifas adicionais à China. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras seis divisas fortes, recuava 0,45% na tarde de ontem.

Bovespa

O mercado acionário brasileiro se descolou das bolsas de Nova York e o Índice Bovespa teve alta de 1,80% nessa segunda-feira, aos 76.788 pontos. Uma interpretação mais otimista das últimas pesquisas eleitorais foi determinante para o sinal positivo das ações, com o investidor enxergando menor chance de vitória de um candidato não reformista na eleição presidencial.

A melhora do humor do investidor se refletiu em praticamente todos os setores representados na Bolsa, mas principalmente nas blue chips que melhor reproduzem a percepção de risco político. Os papéis do setor financeiro subiram em bloco, com destaque para os do Banco do Brasil, que tiveram ganho de 3,42%. As demais estatais também subiram: Eletrobras ON e PNB ganharam 4,08% e 3,94%, respectivamente; e Petrobras ON e PN subiram 2,14% e 3,25%.

"A alta da Bolsa foi gerada por um evento doméstico. Mas se olharmos o cenário internacional, o cenário não foi tão favorável, com a intensificação da tensão comercial entre EUA e China", disse Daniel Xavier, economista-chefe do DMI Group.

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