De perfis opostos, candidatos a vice nasceram em Porto Alegre

Hamilton Mourão e Manuela D'Ávila integram as duas chapas à Presidência da República que chegaram ao segundo turno das eleições lideradas por Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, respectivamente

Escrito por Redação ,

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Eles nasceram em Porto Alegre e são os vices dos finalistas à corrida presidencial: esses são os únicos pontos comuns entre Manuela D'Ávila e o general Hamilton Mourão, de perfis diametralmente opostos.

Em regra menos conhecidos, os vices assumem papéis de destaque no debate nacional quando ocorrem turbulências políticas que comprometem o presidente eleito, como ocorreu com Michel Temer (MDB), substituto de Dilma Rousseff (PT) após o polêmico processo de impeachment.

Hamilton Mourão, que se apresenta ao lado do candidato Jair Bolsonaro, é um general da reserva do Exército Brasileiro, de 65 anos. Já a vice de Fernando Haddad, Manuela D'Ávila, é uma jovem deputada federal do PCdoB de 37 anos, que se diz "feminista e revolucionária".

Direita

Filho de general que teve um papel importante no golpe de 1964, Hamilton Mourão nasceu em Porto Alegre, mas seus pais são da Amazônia e têm raízes indígenas. Esta é a primeira vez que ele se candidata a algum cargo eletivo, pelo partido PRTB.

De opiniões polêmicas, o general fez declarações fortes durante o processo eleitoral. No início de agosto, durante a sua primeira aparição pública como companheiro de chapa de Bolsonaro, ele declarou que o Brasil "herdou a cultura de privilégios dos ibéricos, a indolência dos indígenas e a malandragem dos africanos".

Ele provocou uma nova onda de indignação em meados de setembro ao afirmar que as famílias monoparentais sem figura paterna eram "fábrica de elementos desajustados e que tendem a ingressar em narcoquadrilhas que afetam nosso País".

Esquerda

Formada em Jornalismo depois de cursar Ciências Sociais, Manuela D'Ávila se filiou ao PCdoB em 2001 e três anos depois, aos 23 anos, foi eleita vereadora de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Aos 25 anos, foi eleita deputada federal, a mais votada do Estado, e foi reeleita em 2010 com o maior número de votos em todo o País.

Casada com um músico, Manuela d'Ávila provocou polêmica em 2016 devido a uma foto sua amamentando sua filha durante uma sessão da Assembleia Legislativa.

"O que chama a atenção para esta foto? Mulheres num espaço de poder (...) A política é masculina e machista, não abre espaço para as mulheres", retrucou por meio das redes sociais.

A deputada do PCdoB não aprova os comentários sobre seus dotes físicos. Durante seus dois mandatos na Câmara (2007-2015), ela rejeitou repetidamente o apelido de "musa".

Após se lançar na corrida presidencial como candidata do PCdoB, acabou aliando-se ao PT de Lula. E quando o ex-presidente foi impedido de ser candidato, foi escolhida para acompanhar Haddad, que até então era vice na chapa de seu mentor político.

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