Custo para viajar não caiu após cobrar malas

Aumento foi constatado nos casos em que não há despacho de bagagem e depois de novas regras entrarem em vigor

Escrito por Redação ,
Legenda: Em um dos trechos simulados pela reportagem, considerando o despacho de bagagem, a diferença de valores foi de 169% para bilhetes comprados antes e depois das novas regras
Foto: FOTO: JOSÉ MARIA MELO

As novas tarifas para passagens aéreas, com cobrança adicional para o despacho de bagagens, estão em vigor no País desde o último mês de março e são aplicadas pelas empresas aéreas desde junho. A promessa era baratear o bilhete de quem abrir mão dos 23kg de limite disponibilizados por passageiro. Contudo, o que se observa é um aumento médio de 14,02% nos preços de passagens em que não há despacho de bagagem em comparação com os valores de antes da mudança. Quando há a utilização do limite, a elevação ultrapassa 25%.

A reportagem simulou valores de tíquetes em trechos variados, partindo de Fortaleza, através das quatro principais empresas aéreas que operam no Brasil: Avianca, Azul, Gol e Latam. Dentre elas, apenas a Avianca ainda não possui planos diferenciados para passagem sem despacho de bagagem.

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A primeira comparação foi feita ainda no mês de junho, antes do início da nova forma de cobrança, levando em consideração viagens feitas no segundo fim de semana de julho, em que os valores estavam mais altos. Novamente foi realizada simulação, comparando os valores dos mesmos trechos com o custo para viajar em circunstâncias similares, porém, na segunda quinzena de setembro.

Diferença de valores

Em um caso, para bilhetes com despacho de bagagem, a diferença de valores entre trechos chegou a 169%: Fortaleza-Salvador, pela Azul, saltou de R$ 195,80 na tarifa antiga para R$ 526,70 na nova, com despacho de bagagem. Sem enviar malas, o bilhete em setembro custa R$ 496,70, aumento de 153,68% no preço.

Outro aumento substancial foi percebido na Avianca, que ainda não estabeleceu diferença nas tarifas. Fortaleza - Rio de Janeiro (Galeão), em julho, custava R$ 378,90. Agora, está a R$ 978,80, crescimento de 158,33% no valor.

Dentre seis possibilidades de trechos com quatro operadoras, rendendo 24 opções de valores, no máximo, em cada circunstância (preço antigo, preço com despacho de mala e preço sem despacho de mala), em sete foram percebidas reduções dos valores dos bilhetes quando comprados sem despacho de bagagem, em comparação com a oferta antiga para mesmo trecho, antes das mudanças. Em todas as demais 17, houve aumento. O maior recuo foi de 36,19%, de Fortaleza a Salvador, pela Latam. De R$ 328,80 cobrados na segunda quinzena de julho, a empresa passou a vender os assentos por R$ 209,80, para quem não despachar mala.

Já quem quiser utilizar os 23kg disponíveis, o preço do trecho fica a R$ 239,80, diferença de -27,07% na comparação. O segundo maior desconto dado a quem opta por não despachar bagagem foi no trecho Fortaleza-Recife, também pela Latam. De R$ 269,80 cobrados em junho para a viagem em julho, a empresa passou a R$ 219,80 (-18,53%) em setembro, sem utilização dos 23kg. Para enviar bagagem, o valor sobe para R$ 249,80, diferença de -7,41% em comparação com o antigo.

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