Consumidor deve ficar atento ao alugar imóveis para o Carnaval

Na hora de fechar com proprietários, é preciso analisar o perfil de anunciantes e buscar formalizar contratos para comprovar negociações. Em caso de golpe, a vítima terá meios para recorrer aos órgãos de defesa do consumidor

Escrito por Redação , negocios@verdesmares.com.br

Quem pretende curtir o Carnaval viajando em grupo geralmente precisa se programar. E alugar um imóvel por temporada nesse período pode ser um problema se não houver pesquisa para evitar golpes ou fraudes. Ainda mais no Ceará, onde a demanda por imóveis no Carnaval é uma das principais do ano juntamente com o Réveillon, segundo informa o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE).

No fim do ano passado, a autônoma Marília Lopes passou por uma experiência ruim nesse sentido. Ela foi enganada após ter fechado um contrato de aluguel no Ano-Novo. "Estávamos pesquisando na OLX flats para alugar para o Réveillon e achamos interessante o valor de um imóvel, que era localizado na Beira-Mar. Fechamos o acordo com o suposto 'proprietário'. Ele falou que tinha que dar 50% do valor antes. Fiz o depósito do dinheiro. Tínhamos combinado de ir dias antes para conhecer o local, mas quando chegamos lá, a recepção do local disse que não existia o nome do proprietário que tinha enganado a gente", contou.

Depois que percebeu que era golpe, Marília foi na delegacia e prestou um Boletim de Ocorrência, mas não recorreu a nenhum órgão de defesa do consumidor. Depois disso, ela descobriu que o falso proprietário tinha várias denúncias de golpe relacionadas ao mesmo crime. Ele foi preso uma semana após o ocorrido. Mesmo assim, a autônoma continuou no prejuízo e não conseguiu recuperar o dinheiro que investiu.

Consumidor atento

Para evitar problemas desse tipo, é preciso ficar atento aos Direitos do Consumidor. Na hora de fechar um contrato de aluguel por temporada, o fornecedor é obrigado a cumprir com a oferta negociada. Assim, se as condições do imóvel forem diferentes do que foi prometido, quem alugou tem o direito de exigir a devolução do valor pago, como o artigo 35 do Código de Defesa do Consumidor, como explica o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE).

Caso a propriedade não esteja como foi prometida no acordo, o inquilino pode desistir de ficar no imóvel. Mas optar por permanecer no local, o consumidor pode negociar um abatimento no preço, proporcional à queda na qualidade das características ofertadas. Se houver algum problema na negociação, o inquilino pode procurar os órgãos de defesa do consumidor.

"O inquilino tem que estar ciente de que, infelizmente, algum proprietário pode colocar que o imóvel está em perfeitas condições e na internet haver fotos belíssimas que na verdade não condizem com a realidade, então, se você não contrata um corretor de imóveis pra fazer isso por você e evitar que esse tipo de transtorno aconteça, é bom ir antes ao imóvel fazer uma vistoria", afirmou o vice-presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará, Rodrigo Costa.

Embora o aluguel nesses períodos seja por apenas 5 a 6 dias, existe uma legislação chamada de Lei do Inquilinato, que diz que o hóspede só pode ficar no imóvel por até 90 dias. Mesmo se o consumidor não fizer a negociação do aluguel com corretoras, é bom solicitar um contrato.

O documento deve detalhar os dias da locação e informações específicas sobre todos os itens que contenham no imóvel. Além disso, o consumidor também pode conferir antes no local e garantir que o imóvel não tenha nenhum problema. "O apartamento ou casa não pode ter um problema em uma torneira ou chuveiro, tem que estar tudo funcionando para que o cliente aproveite o local no período. Diferente de uma locação normal de 12 meses, que, se tiver algum defeito de funcionamento, o cliente pode mandar consertar e descontar do aluguel", explicou Costa.

Serviços online

O Ceará é o 3° destino mais escolhido do Nordeste, segundo informações do Airbnb - serviço online de anúncios e reservas por meio de hospedagem - atrás apenas de Pernambuco e Bahia, respectivamente. De acordo com o serviço online, para garantir a segurança do viajante, foi criado um sistema de proteção que só libera o pagamento ao anfitrião 24 horas após a chegada do hóspede. "Caso ele se sinta lesado, pode entrar em contato com o Airbnb, que o realocará em uma casa com as mesmas características ou devolverá o dinheiro", declarou a assessoria.

Além disso, outra plataforma como a AlugueTemporada, que é uma marca brasileira, disponibiliza um seguro de assistência aos viajantes em eventuais problemas com o imóvel e atua de maneira semelhante que a Airbnb. A maioria das plataformas recomenda que toda a comunicação, reservas e pagamentos sejam feitas através das plataformas para assegurar a segurança dos usuários.

A demanda por imóveis no período é uma das principais épocas do ano em que há procura para alugar, segundo o Creci-CE, o que aumenta as chances de golpes. Por isso, o consumidor precisa ficar atento antes de locar uma casa ou apartamento

Hospedagem gratuita

Existem web sites que recebem desconhecidos de outros países de forma gratuita, que funcionam através da economia compartilhada, na qual usuários formam uma rede de conexões para conseguir hospedagens. Alguns sites como o Couchsurfing , Stay4free e o Wordpackers funcionam através de anúncios de anfitriões compartilham suas casas e oferecem espaços para acolher viajantes que desejam conhecer culturas de outros países.

Dessa forma, também é possível oferecer hospedagem para alguém, basta se cadastrar. O Coushsurfing já tem 400 mil anfitriões e 4 milhões de viajantes pelo mundo. Já o Stay4free é um site pago de trocas de casas de famílias que desejam passar um curto período de férias. A plataforma oferece opções para 24 destinos no mundo, entre eles Brasil, Europa, Las Vegas e Austrália.

O Wordpackers é um website fundado por brasileiros e trabalha de perspectiva diferente. A rede funciona através de uma rede viajantes que desejam hospedagem em troca de trabalho ou participarem de projetos sociais pelo mundo.

Para garantir a segurança dos usuários, essas plataformas fazem uma verificação rigorosa dos anfitriões e viajantes para evitar problemas. Os usuários preenchem um acordo com detalhes da localização, chegada ou partida, contatos de emergência, informações gerais da casa, entre outros. Cada um recebe um contrato, que geralmente contém as regras de cada locação.

 

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