Construção fecha 27,3 mil empregos no Estado

Incorporações, obras e outros serviços giraram, no Ceará, R$ 11,7 bilhões, segundo maior valor do Nordeste

Escrito por Redação ,

Fortaleza/Rio. O Ceará perdeu 27.391 empregos na construção civil entre os anos de 2015 e 2016. Enquanto em 2015 a atividade empregava 93.161 pessoas, em 2016, o contingente caiu para 65.770 - retração de 29,4%. O número de trabalhadores empregadas no setor no estado do Ceará no ano de 2016 é o pior desde 2009, quando estavam ocupadas na construção civil 50.598 pessoas.

A perda de postos de trabalho é resultado do fechamento de 138 empresas do setor atuantes no Estado, de acordo com dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada ontem (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o levantamento, que leva em consideração as empresas que empregam cinco ou mais pessoas, haviam 1.817 empresas atuantes na unidade da federação em 2016, contra 1.955 em 2015. Quanto às empresas da construção civil nascidas no Ceará, a baixa é de 172 negócios, número que resulta da diferença entre as 1.674 empresas em 2016 e 1.846 em 2015. O gasto com salários, retiradas e outras remunerações atingiu o valor de R$ 1,9 bilhão e o salário médio mensal pago na atividade foi de R$ 2.212,05.

O custo das obras e serviços na construção civil também apresentou queda entre os anos de 2015 e 2016, de R$ 5,27 bilhões para R$ 4,86 bilhões, baixa de R$ 406,2 milhões no período. Isso porque caiu o valor das obras, incorporações e outros serviços do setor, de R$ 12,9 bilhões em 2015 para R$ 11,7 bilhões em 2016, de acordo com os dados do IBGE.

Apesar da retração, o Ceará foi, em 2016, o segundo maior estado do Nordeste em valor movimentado pelas obras, incorporações e outros serviços do setor, atrás apenas da Bahia, com R4 14,47 bilhões.

Brasil

No País, a recessão econômica que atingiu o país nos últimos anos levou a indústria da construção a perder 432 mil empregos entre 2015 e 2016, uma retração de 19% que se deu em todos os segmentos, principalmente na infraestrutura, onde o recuo foi de 15%. Naquele ano, a atividade da construção civil somou R$ 318,7 bilhões em incorporações, obras e serviços da construção.

O valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 299,1 bilhões, sendo que 31,5% provenientes de obras contratadas por entidades públicas (R$ 94,1 bilhões) e o restante por pessoas físicas e/ou entidades privadas.

As empresas ativas da indústria da construção com mais de uma pessoa ocupada totalizaram 127 mil, ocupando cerca de dois milhões de pessoas em 2016. O gasto com salários, retiradas e outras remunerações atingiu R$ 58,5 bilhões e o salário médio mensal pago na atividade foi de R$ 2.235,2.

Infraestrutura

Para o gerente da pesquisa, José Carlos Guabyraba, em 2016, "vários setores reduziram muito as suas atividades e o que mais sofreu foi o de infraestrutura com menor aporte e redução drástica de investimentos, principalmente do estado, que parou ou diminuiu os investimentos principalmente nas usinas, rodovias e ferrovias, o que vinha sendo mantido pelos governos anteriores a 2016". "Foi um fenômeno que atingiu todos os níveis de empresas com cinco ou mais empregados ou com menos de cinco, com a média de redução entre elas registrando uma recuo de 15%".

Ainda assim, em 2016, a atividade de obras de infraestrutura foi a que anotou a maior média de pessoal ocupado por empresa (45) e o maior salário médio (3,3 salários mínimos mensais), ambos acima da média do total da indústria da construção. Entre os produtos e/ou serviços oferecidos pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, as obras residenciais foram as que mais ganharam participação no ranking, passando da quinta posição (15,1%) em 2007 para a primeira (26,7%), em 2016.

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