Ceará importa US$ 295,7 mi em maio; salto de 63%

As hulhas (espécie de carvão mineral) foram responsáveis por cerca de 25% das importações, com US$ 74,4 milhões

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,

Em maio, as importações cearenses apresentaram um crescimento de 60% em relação a abril, e de 63% na comparação com igual mês do ano passado, somando US$ 295,7 milhões. Este foi o maior valor mensal desde julho de 2016, quando o Estado importou US$ 536 milhões. No mês, as hulhas (espécie de carvão mineral) foram responsáveis por cerca de 25% das importações, com US$ 74,4 milhões. Em seguida aparecem "óleos de petróleo ou de minerais betuminosos", com US$ 34,3 milhões; "dispositivos fotossensíveis semicondutores, células fotovoltaicas", com US$ 30,7 milhões; "gás de petróleo", com US$ 29,8 milhões; e "trigo e mistura de trigo", com US$ 13,6 milhões.

Por outro lado, o Ceará registrou, em maio, US$ 143,8 milhões em exportações, o menor volume desde junho de 2017 (US$ 140,6 milhões), sendo a quinta queda mensal consecutiva. Na comparação com abril, o volume exportado caiu 4,1%, enquanto na comparação com maio de 2017 a retração foi de 30%. Com esses resultados, a balança comercial cearense apresentou um déficit de US$ 151,8 milhões no mês, e de US$ 310,4 milhões no acumulado do ano.

Exportação

O principal produto da pauta de exportação continua sendo o aço, produzido pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que respondeu por 56% dos produtos enviados ao exterior, somando US$ 81,7 milhões.

Apesar da queda das exportações, na comparação com abril, os "produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado" apresentaram um crescimento de 7,2%. Em seguida, aparecem os "calçados", com US$ 8,4 milhões; "partes de máquinas", com US$ 7,0 milhões; "couros", com US$ 6,4 milhões; e "ceras", com US$ 5,7 milhões.

Acumulado do ano

Embora o déficit acumulado de janeiro a maio seja quase o triplo do acumulado nos cinco primeiros meses do ano passado, quando somava US$ 107,1 milhões, a expectativa é de que a balança cearense caminhe em direção a superávits mensais já nos próximos anos, sobretudo com os sucessivos aumentos da participação do aço na pauta de exportação do Estado. "Temos os setores têxtil, de calçados, ou de pescados como alguns dos principais exportadores do Ceará, mas se nós não tivéssemos, hoje, o aço, o nosso déficit estaria cada vez maior", diz o economista e consultor internacional, Alcântara Macêdo. "E o que se espera é que, basicamente com o aço, tenhamos uma balança superavitária".

No acumulado do ano, as exportações cearenses somam US$ 783,0 milhões, 5% abaixo do observado no mesmo período do ano passado. E as importações chegam a US$ 1,0 bilhão, valor 17,4% superior ao dos primeiros cinco meses de 2017. Apesar da expectativa de melhores resultados para a balança do Estado, que historicamente é deficitária, Macêdo ressalta que a atual conjuntura brasileira é muito "apreensiva", com revisões do PIB para baixo, causando nervosismo no mercado.

Países

No ano, o maior comprador de mercadorias cearenses, foi os Estados Unidos, com US$ 173,7 milhões, o que representa 22,19% do total. No entanto, o volume enviado àquele país apresenta queda de 18,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O segundo maior comprador de produtos cearenses foi a Turquia, com US$ 93,2 milhões, seguido por México (US$ 78,3 milhões, Alemanha (US$ 49,3 milhões), e Argentina (US$ 43,6 milhões).

Por outro lado, o país que mais enviou produtos para o Ceará no ano foi a China, com US$ 198,6 milhões, 18,1% do total. Ante igual período de 2017, os envios do país asiático ao Ceará cresceram 27,6%. Em seguida aparecem os EUA (US$ 172,8 milhões), Colômbia (US$ 140,4 milhões) e Trinidade e Tobago (US$ 93,7 milhões).

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