Ceará é o 2º do Nordeste em fraudes online

Mapa da Fraude mostra que o Ceará é o 7º do Brasil a acumular maior número de tentativas de crimes no ano passado

Escrito por Lígia Costa - Repórter ,

O Ceará foi o segundo Estado do Nordeste a registrar, em 2017, o maior índice (5,94%) de tentativas de fraude no comércio eletrônico na região, ficando atrás somente do Maranhão, cujo índice chegou a 6,39% no período. A ação dos fraudadores serve de alerta aos consumidores cearenses, que devem ter cada vez mais precauções na hora da compra.

Entre os segmentos alvos dos fraudadores no Estado, a preferência, respectivamente, é por alimentos, papelaria, games, celulares e bebidas. O resultado do ano passado seguiu a mesma tendência de 2016, quando Maranhão (7,5%) e Ceará (5,5%) apareciam, respectivamente, como o segundo e o oitavo estados mais inseguros para compras online no Brasil.

A ClearSale, que analisa informações sobre fraudes de 85% do mercado de e-commerce e mobile, destaca que no cálculo, são consideradas todas as ações fraudulentas em lojas virtuais que vendem bens físicos, independentemente se lograram êxito para os fraudadores ou não.

Celulares, games e bebidas

Em 2017, a média de tentativas de fraude no Brasil chegou a 3,42%. Em 2016, era de 3,0%. O aumento do índice ao longo dos dois anos foi puxado principalmente por fraudes nos segmentos de celulares e games. De 2016 para 2017, porém, golpes sobre games caíram de 17,1% para 8,63%. E sobre aparelhos celulares recuaram de 12,7% para 9,38%. Pela primeira vez, o setor de bebidas apareceu como um dos segmentos mais visados em 2017, com índice de 6,54% de tentativas de fraudes.

CE acima da média do País

Assim como na maioria dos estados brasileiros, tanto em 2016 quanto em 2017, o Ceará registrou índice de tentativa de fraude acima da média nacional. Em 2016, Norte (6,73%) e Nordeste (4,60%) encabeçaram a lista nas regiões . Em 2017, as taxas avançaram para 7,59% no Norte e para 4,70% no Nordeste.

Vendas

Especialista em inteligência anti-fraude da ClearSale, Henrique Martins ressalta que embora as taxas de fraude se destaquem nas regiões Norte e Nordeste, o levantamento é feito com base na divisão das tentativas de fraude pela quantidade total de vendas. Portanto, a variação para cima ou para baixo pode ser influenciada não somente por tentativas a mais de fraude nas regiões, mas por um consumo maior ou menor de produtos via internet. "Em média, se a gente for olhar para o Brasil inteiro, a tentativa de fraude cresceu. Isso indica que o crescimento do e-commerce não acompanhou o crescimento das tentativas de fraude". Logo, é natural que a menor pujança do e-commerce eleve o destaque da taxa de fraudes. Além disso, os estados que ficaram com taxas menores podem ter mais pessoas honestas comprando online.

Os índices no Norte e Nordeste, segundo Martins, devem melhorar à medida em que o mercado de e-commerce nessas regiões alcancem um maior nível de maturidade, por meio da elevação do consumo e da inclusão digital. "Conforme as pessoas sintam mais confiança em usar a internet para adquirir produtos e serviços, mais diluída essa fraude vai estar e mais vendas boas eu vou ter". Quanto à queda nos índices de fraude sobre games e celulares, a justificativa está na compra em maior escala desses tipos de produto em todo o País, através da internet.

Fique atento

Para evitar maiores problemas, o empresário com atuação no comércio eletrônico deve buscar o auxílio de uma empresa especializada, apta para detectar com mais precisão e clareza os diferentes tipos de tentativas de fraude que possam vir a atingir ou que estejam afetando o seu sistema online de vendas.

Evite brechas

"Se o fraudador encontrar uma brecha, ele vai aproveitar essa oportunidade ao máximo. Por isso, é bom ficar constantemente atento. Se você terceirizar isso, seja grande ou pequeno varejista, vai ter custos bem menores", orienta o especialista.

O consumidor também deve se precaver usando ferramentas tecnológicas para checar os sites em que compra. Além disso, deve checar se esses sites possuem cadeado de segurança.

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