CE tem 2 novos contratos de linhas de transmissão

Para secretário-adjunto de Energia, Mineração e Telecomunicações, infraestrutura dá maior capacidade ao Estado

Escrito por Armando de Oliveira Lima - Repórter ,
Legenda: Com infraestrutura de transmissão, os projetos de geração de energia do Ceará devem ter mais chances nos leilões promovidos pelo governo federal

O Ceará vai contar, dentro de 60 meses, com duas novas linhas de transmissão que devem conduzir a energia gerada entre o Estado e os vizinhos Paraíba e Piauí, como divulgou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os contratos, que somam R$ 142 milhões, foram assinados na última semana pelo governo federal e as empresas Celeo Redes Brasil e Neoenergia, e já são comemorados pelo novo secretário-adjunto de Energia, Mineração e Telecomunicações do Ceará, Adão Linhares.

Ele afirma que, somada ao grande linhão litorâneo cujo processo está mais avançado - "ou esperando licenciamento ou já em plena construção" -, esse novo trecho deve dotar o Estado de maior capacidade de conexão, o que representa mais segurança e deve gerar mais oportunidades a projetos de geração de energia em cidades cearenses.

A Celeo Redes Brasil deve investir R$ 85,2 milhões em uma linha entre Ceará e Piauí, passando por cidades como Acaraú, Ibiapina, Sobral e Tianguá. Já a Neoenergia assinou contrato de R$ 57,3 milhões para interligar Ceará e Paraíba, passando pelo município de Milagres.

Ajuda estadual

"Vou conversar com o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, conhecer os investidores que formam as empresas que vão atuar aqui, saber quais são os prazos e fazer um trabalho de acompanhamento dessas obras", afirmou Linhares, acrescentando que o objetivo é "ver como o Estado pode ajudar o investidor a articular e fazer as coisas andarem de bom acordo".

Vinculado à Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), o secretário-adjunto afirma que a ajuda pode vir como orientação técnica às empresas e assegura que o momento é propício para o Estado recuperar capacidade de conexão.

Planejamento

Para tal, Linhares diz que empenhará esforços para tentar mudar o planejamento dos leilões de transmissão. "O processo é baseado na demanda. Então, fazem um planejamento de transmissão que é publicado periodicamente. O que a gente tem lutado bastante é que o planejamento dessas linhas não seja feito só pelo aspecto de demanda, mas também de geração. Ou seja, quando o governo identifica uma jazida de energia eólica, solar ou outra, seja feito um leilão para captar essa energia", afirma, indicando que, neste modelo, o Ceará teria mais chances de sucesso nos leilões de geração de energia também, vide o potencial de geração local.

Objetivos

Um dos responsáveis pela elaboração do primeiro mapa eólico do Estado, Adão Linhares estima que uma atualização da capacidade de geração do Ceará - cujo estudo está em curso atualmente - deva representar cerca de 75 gigawatts (GW). E só esse número deve ser o limitador para projetos e investimentos. Ele ainda aponta outras oportunidades no setor da energia, como térmica, e aponta ainda para a possibilidade de geração eólica off shore (no mar, e não mais em terra).

"Cada vez mais devemos explorar esses potenciais, mostrar as facilidades possíveis para que os investidores nos olhem com esses olhos. Tudo isso confirma o reinício de trajetória, onde colocamos o Ceará na posição que sempre esteve e se destacou", declarou o secretário-adjunto.

Sobre onde concentrar esforços, Linhares apontou para desenvolver projetos de grande porte em áreas do Interior do Estado. "No Sertão Central, precisamos incentivar projetos de grande porte onde tem muito sol, tentando estabelecer uma convivência com a região", indicou, afirmando ter conhecimento de conexões possíveis nas subestações Pecém, Russas, Tauá e Sobral.

A formulação de projetos mais robustos de geração no Interior, levando mais tecnologia e emprego a essas regiões, assim como a oportunidade de conexão e, futuramente com as linhas de transmissão, um modo de escoar essa energia é o pretendido pelo novo secretário-adjunto de Energia, Mineração e Telecomunicações para dotar o Estado da mesma capacidade vista há anos atrás, quando foi pioneiro na geração de energia eólica em todo o País.

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