Caçada pelo melhor preço

Fortalezenses têm dividido as compras entre supermercados varejistas e atacarejos, segmento que continua crescendo no Estado no volume de vendas e também na quantidade de lojas

Escrito por Redação ,
Legenda: Consumidor tem pesquisado mais para garantir o menor preço e equilibrar o orçamento
Foto: Foto: Walter Craveiro

O terceiro mês de deflação da cesta básica de Fortaleza não foi suficiente para impedir que os consumidores continuem a realizar uma verdadeira caçada em busca dos menores preços nos supermercados. Pesquisar entre varejos e atacarejos pode levar a economia de 310% em um item, levando em consideração o estabelecimento mais barato e o mais caro.

O número revela que nem sempre o atacarejo tem o preço mais barato, a depender do produto. A diferença foi constatada no preço do quilo da banana-prata, que foi encontrada por R$ 1,38 no supermercado mais barato, no Centro de Fortaleza, e por R$ 5,67 em um estabelecimento de atacarejo no bairro Cocó. No sentido inverso, o quilo do arroz custa 16,7% menos em um atacarejo em relação ao varejista mais barato da Capital. Os preços foram colhidos na tarde de sexta (12) por meio de pesquisa direta e também do aplicativo do Procon Fortaleza.

Para não perder as oportunidades ofertadas pelos atacarejos e pelos supermercados, a servidora pública Simone Faustino opta por descentralizar as compras. "Não vamos apenas a supermercados comuns e nem somente a estabelecimentos de atacado. Porém, aqui em casa, nós praticamos a questão das compras em quantidade. Preferimos descentralizar nossas compras e notamos que isso tem impacto no orçamento". Ela detalha que, para itens mais perecíveis, prefere quitandas e feiras. "Deixamos o supermercado apenas para alimentos não perecíveis e alguns industrializados. Acho que isso deve ter barateado nossa alimentação em uns 20% a 30%", diz Simone.

A variedade de estabelecimentos de varejo e atacado, na avaliação do presidente da Associação Cearense dos Atacadistas e Distribuidores de Estivas (Acad), Jocélio Aguiar, oferece ao cliente uma visão mais clara de valores. "O preço está sendo ponto de importância cada vez mais para o fornecedor. E esse fornecedor passa a transitar até para se abastecer em vários canais. É lógico que o consumidor preza muito ainda pela comodidade e experiência de compra, mas ele leva em consideração o preço", explica Jocélio.

Ela ressalta que não necessariamente as pessoas estão abandonando o varejo agora, até porque a expansão das redes varejistas no Estado demonstram que o cenário está em crescimento. "As bandeiras regionais estão com planos de aberturas de lojas. O setor como um todo deve registrar leve avanço de faturamento no encerramento deste ano. Não deve ser algo em grande escala, mas também não vai ser um ano de queda", pontua o presidente da Acad.

Para impulsionar os números, ele revela que as redes locais têm investido na capacitação de pessoal e também em tecnologia.

"Isso faz com que a gente otimize os processos, dando uma maior velocidade tanto na prestação de serviço como no todo, na logística", afirma Jocélio Aguiar.

Expansão

O Ceará tem se mostrado um solo fértil para a expansão de redes atacadistas, a exemplo da rede Assaí. Segundo o diretor regional Ceará-Norte da marca, Luiz Carlos Araújo, as vendas no Ceará têm subido acima da média nacional, que alcançou uma variação positiva de 25% no segundo trimestre deste ano. "Isso tem elevado a participação do Estado no cenário nacional", pontua Luiz Carlos.

Cada estabelecimento do Assaí recebe, em média, 80 mil clientes por mês. Araújo explica, no entanto, que a movimentação varia muito de loja para loja e que algumas chegam a atender mais de 100 mil no período.

O Assaí possui atualmente sete lojas em todo o Ceará - incluindo Capital e Interior - e até o final do ano Fortaleza deve ganhar mais uma unidade localizada na BR-116 em frente à sede da Guanabara. O investimento para a inauguração é de R$ 30 milhões e devem ser gerados 600 empregos diretos e indiretos a partir do início da operação. Em todo o Estado, são 2 mil funcionários diretos.

A nova unidade será a maior loja local e abrigará a sede regional Ceará-Norte, que gerencia os estabelecimentos da marca dos estados do Ceará, Piauí, Amazonas e Pará.

"O Ceará sempre foi uma prioridade para a gente; foi o primeiro estado no qual investimos depois de São Paulo, há 10 anos", pontua o diretor regional. Ele acrescenta que no próximo ano deve haver pelo menos mais uma inauguração no interior.

A rede Atacadão, que está presente no Estado desde 2009, possui seis lojas no Ceará, na Capital e no interior, que realizam cerca de 1 milhão de operações por mês (cada operação corresponde a uma venda).

De acordo com o CEO do Atacadão, Roberto Müssnich, as vendas locais têm avançado seguindo o ritmo nacional, acima de dois dígitos no segundo trimestre deste ano. "O Ceará é uma praça muito importante e temos um plano de expansão da rede no Estado que prevê a abertura de novas lojas até o final de 2019".

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