Bolsa cai 0,7% com cenário interno

Escrito por Redação ,

São Paulo. Após um último pregão com forte influência do cenário externo, os investidores se voltaram mais para a situação fiscal e política do Brasil nessa quarta-feira (6) e, receosos, levaram o dólar a subir e a Bolsa a cair pelo segundo dia seguido.

Apesar da intervenção do Banco Central no câmbio, o dólar comercial registrou alta de 0,7%, para R$ 3,839, renovando o maior nível desde 2 de março de 2016 (R$ 3,889). O dólar à vista avançou 1,1%, cotado a R$ 3,822. O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, caiu 0,68%, para 76.117,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 13,1 bilhões.

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Apenas 4, além do real, das 31 principais divisas do mundo se desvalorizaram em relação ao dólar. Nos EUA e em boa parte da Europa, as Bolsas fecharam em alta - o Dow Jones, principal índice de Nova York, subiu 1,4%. "Isso não quer dizer muita coisa no Brasil, já que a situação se deteriora a partir da greve dos caminhoneiros", escreveu Alvaro Bandera, economista-chefe da Modalmais, em seu relatório.

O vaivém das autoridades nas decisões relacionadas aos caminhoneiros expuseram fragilidades do governo, ao mesmo tempo em que as medidas para subsidiar o diesel geraram receios.

Mais arriscado

O contexto de incertezas políticas e econômicas faz com que aumente para o investidor a percepção de risco no Brasil. O CDS (credit default swap, termômetro do risco-país) subiu 3,37% nessa quarta, para 244,402 pontos. "A percepção de risco País, aqui no Brasil, segue elevada. O mercado 'piorou', e a curva de juros hoje embute um elevado prêmio de risco", avalia a Guide Investimentos em seu relatório. Para a corretora, "é difícil acreditar que, no curto prazo, com incertezas crescentes no front político, os prêmios diminuirão de forma significativa".

Das 67 ações do Ibovespa, 51 caíram e 16 subiram. O indicador foi pressionado pela Petrobras, com peso de quase 9% no índice, e pelo desempenho dos bancos - o que pode indicar saída de estrangeiros da Bolsa.

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