BC: incerteza recomenda não indicar tendência

Autoridade monetária preferiu deixar em aberto todas as possibilidades em relação aos juros

Escrito por Redação ,
Legenda: O Banco Central (BC) reafirmou que os próximos passos da política monetária dependerão da evolução da atividade econômica do País
Foto: FOTO: REUTERS

Brasília. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada ontem (26), o Banco Central (BC) deixou clara a opção de não passar indicações sobre as próximas decisões a respeito da Selic (taxa básica de juros da economia), atualmente em 6,50% ao ano.

"Em termos de sinalização futura, todos concordaram que o maior nível de incerteza da atual conjuntura recomenda se abster de fornecer indicações sobre os próximos passos da política monetária", disse o BC na ata.

No comunicado da reunião da semana passada e na ata divulgada ontem, o BC não passou, ao contrário do que vinha ocorrendo, indicações sobre o que fará nos próximos encontros. A opção foi por deixar abertas todas as possibilidades. Ao mesmo tempo, a autarquia reafirmou que os próximos passos da política monetária dependerão da evolução da atividade, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

O Copom voltou a destacar na ata que o grupo prefere "explicitar condicionalidades" sobre a futura evolução da política monetária. Isso, segundo os diretores do BC, é "o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia suas decisões". "Isso contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Copom", cita o parágrafo 26 do documento.

Diante dessa estratégia, os diretores do BC voltaram a ressaltar que "os próximos passos na condução da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação". Os membros do colegiado reforçaram o conceito de que a atuação da política monetária tem foco "na evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica". Essa afirmação foi acompanhada da lembrança de que "choques de preços relativos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva". Ou seja, eventual choque de preços primário não será combatido pelo BC, que só reagirá se esses aumentos contaminarem outros preços da economia de forma generalizada.

Reformas

No documento, o BC voltou a defender o avanço das reformas. "Notadamente as de natureza fiscal", cita o documento, ao comentar que essas mudanças estruturais são fundamentais "para a sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia, com amplos benefícios para a sociedade".

O Copom também mencionou a importância de iniciativas para aumento da produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios.

Inflação

Os membros do Copom destacaram que eventual ajuste de preços relativos diante do cenário com a inflação ancorada "poderá acelerar a convergência da inflação para as metas". O fenômeno, porém, não é considerado um "risco" pelos diretores do BC.

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