Bancos diversificam receita com aposta em benefícios

Escrito por Redação ,
Legenda: Antes focado no cartão alimentação, o setor promete mais diversificação e deve movimentar algo em torno de R$ 150 bilhões neste ano
Foto: FOTO: HELENE SANTOS

São Paulo. Os grandes bancos descobriram no setor de benefícios ao trabalhador um novo mercado para diversificarem suas receitas sem exposição de crédito e, de quebra, amarrarem os clientes corporativos. No radar, está um segmento com potencial de dobrar de tamanho em cinco anos, atingindo cerca de R$ 300 bilhões.

Em uma ofensiva para abocanhar uma fatia deste mercado, o Itaú Unibanco se aliou à Ticket Serviços, do grupo francês Edenred, logo depois do anúncio do Santander Brasil que se uniu à bandeira de cartões Visa, aumentando, assim, a concorrência para a líder do setor, a Alelo, de Bradesco e Banco do Brasil.

Estimativas não oficiais indicam que o setor de benefícios ao trabalhador como um todo deve movimentar este ano algo em torno dos R$ 150 bilhões.

Tendências

Contribui, sobretudo, o movimento de diversificação que vem tomando este segmento, no passado mais focado no tradicional cartão alimentação, principalmente no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), e que passou a incluir também soluções de pagamento de transporte, saúde, educação e cultura.

Soma-se a isso a mudança da lei trabalhista, que trouxe maior clareza no que tange aos benefícios ao trabalhador não serem considerados para efeito de pagamento de salário. Embora tenha sido o último banco privado a fincar os pés no mercado de benefícios, o Itaú firmou parceria com a Ticket - no País há 42 anos e entre as três maiores deste segmento -, para se posicionar frente aos rivais. O banco adquiriu uma participação de 11% na controlada brasileira e garantiu exclusividade na oferta de produtos da francesa em seus canais. O valor do negócio não foi revelado.

Capilaridade contribui

Já o Santander, após anunciar a criação da Ben Benefícios, firmou parceira com a Visa, reativando a marca Visa Vale que tinha praticamente saído do Brasil quando BB e Bradesco compraram a parte da bandeira na empresa que na sequência originou a Alelo.

"A enorme capilaridade dos grandes bancos deve contribuir para ampliar a base do mercado, levando em conta o tamanho continental do Brasil", avalia a presidente da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), Jéssica Srour.

Porte

Só no setor de vales refeição e alimentação no âmbito do PAT, são mais de 22 milhões de trabalhadores atendidos. O potencial, conforme ela, contudo é bem maior, considerando o tamanho do País bem como os 13 milhões de desempregados existentes em meio à recente crise que o Brasil enfrentou.

Um dos alvos de Itaú e Ticket, segundo o presidente da Edenred Brasil, Gilles Coccoli, é justamente esse contingente de brasileiros que pode voltar ao emprego formal com a retomada da economia.

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