Atividade turística do Estado tem 3ª maior alta do País

Escrito por Redação ,
Legenda: Trade aponta a instalação do centro de conexões de voos do Grupo Air France como principal responsável pelo incremento no turismo local
Foto: FOTO: JOSÉ LEOMAR

Os esforços para melhorar os serviços de turismo, bem como o início do funcionamento do hub da Air France-KLM e Gol, refletiram na alta de 0,9% em maio no volume de atividades turísticas do Ceará, segundo informações da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nessa sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A gente tem investido muito desde a Copa do Mundo de 2014, reformando e modernizando os hotéis e capacitando a mão de obra. É um trabalho contínuo que a gente tem feito", destacou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-CE), Eliseu Barros.

De acordo com ele, o impacto do hub e dos novos voos domésticos em Fortaleza também impactam tanto no turismo internacional como na chegada de mais viajantes brasileiros. "Dessa forma, aumenta ainda a responsabilidade dos restaurantes e bares e demais estabelecimentos a melhorarem a segunda língua e o atendimento", acrescentou.

Além do Ceará, também tiveram resultado positivo no índice Pernambuco (1,5%) e Goiás (2,0%). No País, o índice de atividades turísticas recuou 2,4% na passagem de abril para maio, devolvendo, assim, parte do ganho de 6,6% acumulado entre março e abril últimos. Regionalmente, nove das doze unidades da federação acompanharam este movimento de queda observado no Brasil, com destaque para a retração vinda da Bahia, que ao recuar 4,9%, eliminou o avanço de 2,7% verificado em abril.

Outros impactos negativos, com grande peso no índice nacional, foram registrados nos estados de São Paulo (-0,6%) e Rio Grande do Sul (-4,1%), com ambos devolvendo parte dos ganhos acumulados nos dois últimos meses: de 13,4% no primeiro local; e de 6,1% no segundo.

Retração

Após queda de 3% em março, o volume de serviços prestados no Ceará, em maio, sofreu uma retração de 2,9% em relação a abril, na série com ajuste sazonal, de acordo com dados PMS divulgada IBGE. Com o resultado, o Estado ficou entre as 23 Unidades da Federação que apresentaram queda no período. No mês, a média nacional apresentou queda de 3,8% na mesma base de comparação.

Na comparação com igual mês do ano passado, o Ceará apresentou queda de 12,6%. Enquanto em todo o território nacional, o volume de serviços prestados apresentou queda de 3,8%, na mesma comparação. Já no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, frente a igual período de 2017, a queda do volume de serviços no Estado foi de 9,4%, enquanto no País a retração foi de 1,3%. Nessa comparação, apenas três estados não apresentaram queda: Amazonas (0,0%), São Paulo (0,5%), Espírito Santo (0,8%) e Rondônia (4,7%). Os principais impactos negativos em termos regionais ocorreram no Rio de Janeiro (-1,7%), Minas Gerais (-3,0%), Bahia (-6,5%), Ceará (-9,4%) e Paraná (-2,3%).

Avaliação

"O setor de serviços, extremamente importante para a economia cearense, em razão da sua participação relativa no sistema econômico local e pela capacidade de geração de empregos, ainda não 'acertou o passo' da retomada do crescimento econômico", disse o economista Allisson Martins, professor de Cenários Macroeconômicos da Universidade de Fortaleza (Unifor). "Conforme dados publicados pelo IBGE, este é o principal setor que destoa da dinâmica de recuperação econômica do Ceará".

Martins ressaltou ainda que, diferente do comércio varejista e da indústria, que embora poderiam apresentar melhores resultados, mas já estão em trajetória de recuperação, o setor de Serviços no Ceará ainda passa por dificuldades.

"O resultado do último mês de maio em relação ao mesmo mês do ano anterior, com queda de 12,6%, é um dos piores entre os estados pesquisados pelo IBGE. Esta performance crítica se deve, especialmente, aos resultados negativos em serviços profissionais, administrativos e complementares (-18,9%) e outros serviços (-47,2%)", afirmou o economista.

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