Atividade econômica no Estado sobe 1% no trimestre

Em estudo divulgado ontem (26), o Ceará surge com índice acima do Nordeste e igual ao do País

Escrito por Redação ,
 

São Paulo/Fortaleza. Comprovando que a economia cearense continua a dar indícios de recuperação, o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) dessazonalizado (ajustado para o período, sem contar os feriados, por exemplo), no Estado, registrou avanço de 1,0% no trimestre até fevereiro de 2018, em relação ao trimestre anterior. Os dados trimestrais fazem parte do Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado ontem (26).

No referido período, o Nordeste cresceu 0,3% e o Brasil 1,0%. Ou seja, o Ceará avançou no mesmo ritmo do País e ainda manteve sua atividade econômica acima da região. Nos últimos 12 meses até fevereiro, o Estado ainda acumulou alta de 0,7%. 

Pelo lado da demanda, as vendas no setor do comércio ampliado recuaram 1,2% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao trimestre anterior, quando cresceu 1,0%, segundo dados dessazonalizados. No comércio varejista cearense, obtiveram variação positiva os setores de Combustíveis e lubrificantes (2,1%) e o de Tecidos, vestuário e calçados (0,6%). Já os setores de Móveis e Eletrodomésticos (-4,2%) e o de Hiper e supermercados (-0,9%) diminuíram as vendas. No comércio ampliado, enquanto as vendas de automóveis e motocicletas subiram 1,9%, a comercialização de material de construção registrou variação negativa de -5,2%. 

Para o presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE) e professor da Uece, Lauro Chaves Neto, o índice de atividade econômica cearense consegue se alinhar ao do Brasil e superar o da região Nordeste devido a dois fatores preponderantes: o apoio que o Estado dá aos micros e pequenos negócios, tendo como suporte o Sebrae. Além da boa gestão fiscal, colocada em prática pelos governos, desde 1986, melhorando o ambiente de negócios. 

Sobre o pior desempenho das vendas de material de construção, aponta que o levantamento reflete como o setor da construção civil continua a sofrer impactos da crise econômica. “A construção civil, que é um dos carros-chefes da economia e puxa o PIB do Ceará, continua tendo desempenho muito aquém do esperado. Embora tenha ainda estoque muito grande, poderá ter uma aceleração agora com os novos mecanismos de crédito divulgado pela Caixa”, diz. 

“Se o Estado do Ceará consolidar uma base industrial de valor agregado, principalmente no Cipp (Complexo Industrial e Portuário do Pecém), vai conseguir gerar por um longo período um crescimento muito acima da média”, projeta Lauro Chaves.

Ritmo diferente

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, todas as regiões do Brasil vêm trilhando um caminho de retomada da atividade econômica desde 2017, mas em ritmo diferente. “A tendência mais recente é que todas as regiões mostram retomada, mas cada uma com um ritmo e peculiaridade diferente”, disse ele, ressaltando que o bom resultado nacional está ligado à recuperação do crédito, especialmente para a pessoa física . 

No trimestre encerrado em fevereiro, a região Norte foi a que mais cresceu (2,1%), seguida pelo Nordeste e pelo Sul (0,5%). Centro-Oeste e Sudeste, por sua vez, recuaram 0,1% e 0,5%, respectivamente. No Nordeste, Bahia se destacou com a maior atividade econômica (1,1%).

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