Após repercussão, novo governo recua sobre junção de BNB e BNDES

Segundo Heitor Freire, dirigente estadual do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, a ideia de unir os dois bancos de desenvolvimento já teria sido desconsiderada por Paulo Guedes, futuro ministro Economia

Escrito por Redação ,

Mal recebida pelo empresariado do Nordeste, o novo governo não deve seguir adiante com a proposta que previa fundir o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (Basa) ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com Heitor Freire, dirigente estadual do PSL - partido do presidente eleito Jair Bolsonaro -, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, já teria recuado da ideia da fusão.

"Paulo Guedes avaliou isso aí (o projeto de fusão dos bancos), mas não está sendo bem aceito. Ele está querendo mesmo fazer essa fusão, mas não está sendo bem aceito", reafirmou Freire. "Eu soube, por cima, que ele tinha tido essa ideia, mas que tinha recuado. Nada mais além disso".

O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) também disse, após encontrar o futuro presidente do BNDES e ex-ministro do Planejamento do governo Dilma Rousseff, Joaquim Levy, que não há por parte dele qualquer iniciativa no sentido de fundir os bancos federais. "Ninguém sabe de quem está partindo essa questão. Até o momento, não (há essa intenção). Não pode ser assim, porque o BNB opera um fundo constitucional", apontou o parlamentar.

Especialistas e líderes do setor produtivo avaliam como prejudicial à região Nordeste a união dos bancos em uma só instituição. Um dos entraves para a consolidação dessa ideia seria a diferença entre os públicos-alvos e programas de financiamento dos bancos.

Disputa pela presidência

A definição de quem assumirá o comando do BNB vai ficar para o próximo ano, segundo Freire. Questionado pela reportagem, ele afirma que não há nada de concreto ainda e que caberá ao próprio Paulo Guedes indicar o próximo presidente da instituição.

Conforme o Diário do Nordeste informou na última terça-feira (4), quatro nomes são cotados para assumir a liderança do BNB: o empresário Geraldo Luciano, do Grupo M. Dias Branco; Marcos Holanda, ex-presidente do banco; Nicola Miccione, diretor de controle e risco da instituição; e Romildo Rolim, atual presidente do BNB.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados