Alta do combustível eleva buscas por carros a diesel

Escrito por Redação ,
Legenda: Modelos a diesel ou a conversão do motor do veículo para o GNV são alternativas para quem quer fugir dos altos preços da gasolina
Foto: FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES

Os preços dos combustíveis, que resultaram na paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil, têm levado o consumidor a buscar alternativas de veículos. Conforme o mercado, as buscas por veículos usados com motor a diesel, e pela conversão do motor para usar Gás Natural Veicular (GNV), aumentaram até 40% somente em maio. E a expectativa é que o segundo semestre traga consolidação deste quadro. Há, ainda, a promessa de mais opções de veículos híbridos vindos de fábrica a partir do ano que vem, segundo concessionárias.

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A procura pelos usados a diesel cresceu em maio, segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (Sindivel), José Everton Fernandes. Para o segundo semestre, a estimativa é de aumento em 6% nas vendas, cujo fator limitante é apenas a oferta do veículos. Há a tendência de alta nos preços, no curto e médio prazo. "Esse é o período do ano em que mais se vende carros. E por mais que haja uma demanda mais forte por carros a diesel, principalmente no mercado de seminovos, a oferta de veículos é a mesma", diz Fernandes.

Para o presidente do Sindivel, no entanto, pode haver uma pressão na demanda por carros a diesel, fazendo com que os preços se elevem. "Ainda é cedo para fazer previsão. Estamos baseados nas expectativas. Vamos ver o comportamento do mercado até o fim do ano, como reage".

Cenário

No mercado de veículos novos, há a esperança de crescimento de 10% a 15% na venda de carros com motor a diesel.

"É uma característica da nossa região, culturalmente, gostar muito de carro a diesel. Nem por conta de economia, mas por valor de revenda. A perspectiva para o segundo semestre é, no mínimo, ficar a mesma coisa, mas é um mercado muito forte", afirmou o gerente comercial da Toyota Newland Washington Soares, Álvaro César Correia. Segundo ele, no entanto, o que deverá se sobressair no médio-longo prazo são os veículos com motor híbrido (elétrico-combustível fóssil). O principal veículo da categoria à venda na loja, o Toyota Prius, teve crescimento de 40% nas vendas somente em maio passado.

"Terminamos o mês, apesar da greve (dos caminhoneiros), com igual volume de venda de veículos a diesel. Mas a procura que está aumentando é do híbrido. O Prius, batemos a meta mensal de venda dele em apenas dois dias. É a tendência. A partir do ano que vem, o Corolla, já virá híbrido. A linha Lexus, a RAV, também. Um veículo desses chega a fazer 19 km com um litro de gasolina", disse.

Caminhões

Também a busca por caminhões, a diesel, aumentou nos últimos dias. A expectativa para o segundo semestre, inclusive, se tornou ainda melhor, na opinião do diretor comercial da Crasa Caminhões, Paulo Couto. "A venda de caminhões é programada, as empresas se organizam para comprar. E esse ano, está melhor que 2016 e 2017. No mês de maio houve queda, pois perdemos 10 dias com o mercado parado por conta da greve. Mas os quatro primeiros meses foram bons, em relação aos dois últimos anos. Aqui no Ceará, há muito tempo não tinha uma safra de grãos tão boa. E para a minha linha, que é vendida principalmente para o Interior, para carregar este tipo de produto, está tendo compras além do esperado. Acreditamos que essas compras tendem a seguir se realizando no segundo semestre".

GNV

Neste cenário de combustíveis a preços cada dia maiores, em que a perspectiva é que não sejam aplicados na gasolina os descontos que foram dados no diesel, uma opção que surge como viável para os proprietários de carros de passeio é a conversão do motor ao GNV. Conforme a gerente da MV Autos Centro Automotivo, Vânia Paiva, o crescimento da procura apenas nas duas últimas semanas de maio foi em torno de 40%.

A demanda foi tamanha que a loja, que antes entregava os veículos no mesmo dia, agora agenda para finalizar o atendimento em até 72 horas. "A procura teve um crescimento em torno de 40% nos últimos dias. O problema agora é a falta de material, por conta da paralisação. Também fomos afetados, devido nosso material ser pesado e vir via terrestre. Temos uma média de 21 montagens por semana".

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