Abecs: juro do rotativo só deve cair após criação do crediário

Escrito por Redação ,
Legenda: No semestre, os plásticos da modalidade crédito responderam por R$ 450 bilhões, elevação de 14%. No débito, a cifra chegou a R$ 265,4 bilhões

São Paulo. As taxas de juros do rotativo do cartão de crédito não devem cair do patamar atual sem que o crediário do cartão de crédito proposto pelos bancos entre em vigor, afirmou o presidente da Abecs (associação do setor de cartões), Fernando Chacon. Hoje, a taxa média do rotativo está ao redor de 10% ao mês, uma das linhas mais caras do sistema financeiro, ao lado do cheque especial.

O projeto-piloto do crediário será lançado em novembro, com a expectativa de que entre em vigor no primeiro trimestre de 2019. No começo, participam as principais bandeiras (Amex, Elo, Master e Visa), os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander, além das maquininhas Cielo, Getnet e Rede.

Chacon repetiu que o crediário do cartão não deve matar as compras parceladas no cartão de crédito pelo sistema atual, um esforço que os grandes bancos têm feito para evitar a resistência da população para o parcelamento com juros. Os brasileiros gastaram R$ 450 bilhões em cartão de crédito no primeiro semestre deste ano, alta de 14% na comparação com igual período de 2017. O volume de operações a débito somaram R$ 264,4 bilhões, crescimento de 12,3%, enquanto os pagamentos com cartão pré-pago tiveram expansão de 62,3%, para R$ 4,6 bilhões.

Setor movimenta R$ 720 bi

Somente no primeiro semestre deste ano, o setor de cartões movimentou R$ 720 bilhões, um aumento de 13,6% ante o mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados ontem (25) pela Abecs.

"O crescimento do mercado de meios de pagamentos eletrônicos bem acima do desempenho da economia mostra o vigor deste segmento e o potencial que existe para a migração de uso de pagamentos", avaliou o presidente da Abecs.

Ele disse ainda que o crescimento dos cartões pré-pago reflete a expansão das contas de pagamento (contas bancárias de funcionamento mais simples). Hoje, os cartões representam 34% no consumo das famílias. Segundo Chacon, a meta do setor é quase dobrar essa participação, chegando a 60% em quatro anos. O número de transações com cartões no primeiro semestre foi a 8,8 bilhões, alta de 15%.

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