58% das empresas do CE têm tecnologias digitais

O índice é semelhante ao do Brasil, mas ainda há um longo caminho para o Estado desenvolver o setor

Escrito por Samuel Quintela - Repórter ,
Legenda: De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), a maior parte das empresas locais ainda se limita a adotar tecnologias menos desenvolvidas, como a computação em nuvem e análise de dados
Foto: FOTO: JOSÉ RODRIGUES SOBRINHO

A indústria cearense está, de fato, no caminho da evolução tecnológica, mas ainda está distante do ápice da era digital. De acordo uma pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), mais da metade (58%) das empresas do Estado utiliza pelo menos um dos quinze avanços anunciados pelo movimento chamado de Indústria 4.0. No entanto, os negócios locais ainda se limitam à implementação das tecnologias menos desenvolvidas, como a computação em nuvem e análise de dados (big data), segundo Antônio Martins, economista da Fiec responsável pelo estudo, que levou em consideração o banco de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Martins, contudo, minimizou o quadro ao comentar que, apesar de não ter atingindo um patamar alto na evolução digital, as indústrias cearenses não apresentaram um cenário muito distinto daquele encontrado para o restante do País. Deixando as pequenas e médias empresas de lado, o Ceará fica apenas dois pontos percentuais (p.P.) atrás do Brasil na utilização de tecnologias digitais. O estudo da Fiec observou a presença dos conceitos de robótica avançada, manufatura aditiva, big data, internet das coisas, computação em nuvem, além de cibersegurança e simulação.

Enquanto no Brasil 73% das grandes empresas já implantaram pelo menos um dos grandes avanços, no Ceará esse número é de 71%. Do total de empresas analisadas, no Estado, 42%, no entanto, afirmou não utilizar nenhum dos conceitos.

Outro ponto positivo apontado pelo estudo, segundo o economista da Fiec, é que, entre 2016 e 2016, foi possível notar um aumento do tamanho da parcela de empresas que implantou alguma das tecnologias da Indústria 4.0. Há dois anos, esse número era de 56%, o que mostra, segundo Martins, uma disposição do mercado cearense em investir na evolução digital.

"Ainda estamos distantes do ápice da utilização das tecnologias digitais, como é na Alemanha. Mas existem alguns fatores positivos", comentou Martins. "As grandes empresas estão mais próximas desse patamar, as médias e pequenas ainda estão muito longe, é verdade, mas há uma intenção de investimento das empresas locais nessas novas tecnologias. Só precisamos entender que não é um processo simples, e que é incorporado aos poucos. Tudo está interligado. É um processo longo", completou o economista.

Investimentos futuros

De acordo com o estado da Fiec, o percentual de empresas cearenses que pretendem investir, em 2018, é de 80%, sendo que desse total, mais da metade (56%) pretende investir em tecnologias digitais. Dentre os setores focados no planejamento para o ano, a maior parte das empresas afirmou que deseja investir em tecnologias relacionadas ao processo de produção e gestão de negócios (79%). Investimentos em tecnologias conectadas com os produtos e novos modelos de negócios vem logo atrás, com 42%.

Mas considerando o momento atual da Indústria do Estado, o estudo indicou que as tecnologias mais utilizadas são as de "Projetos de manufatura por computador CAD/CAM", com 32% das respostas marcadas; "Automação digital com sensores para controle de processo" (31%); "Automação digital com sensores com identificação de produtos e condições operacionais, linhas flexíveis" (27%); além de "Sistemas integrados de engenharia para desenvolvimento e manufatura de produtos", que acumulou 27%.

"Temos evoluído, e não estamos distantes do resto do País, o que é relevante", disse Martins.

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