32,9% pretendem ir às compras em Fortaleza

A quantidade de pessoas que planeja adquirir algum item em julho caiu 7,7 pontos percentuais ante junho

Escrito por Redação ,

O atual momento da economia brasileira tem deixado os consumidores de Fortaleza apreensivos, menos confiantes e menos dispostos a comprar. É o que revela a pesquisa divulgada nessa sexta-feira (13) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), de acordo com a qual 47,8% dos fortalezenses avaliam como ruim a situação econômica do País para os próximos 12 meses. Com a interferência externa, a parcela de pessoas com pretensão de compra caiu em julho na comparação com o mês anterior, passando de 40,6% para 32,9%, uma diferença de 7,7 pontos percentuais e o menor patamar desde setembro do ano passado.

Para a diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante, o recuo é resultado da cautela extrema que os consumidores vêm incorporando. "A recuperação econômica tem demorado muito e isso traz várias incertezas. Assim, as pessoas estão mais receosas".

Cláudia Brilhante afirma, ainda, que as compras realizadas têm se resumido ao essencial e que somente nas datas comemorativas, como no Dia das Mães, no mês de maio, e na Copa do Mundo, em junho, os consumidores têm se permitido adquirir algum produto além daqueles mais básicos.

Itens adquiridos

As datas comemorativas têm sido responsáveis também pela mudança nos tipos de produtos desejados nos últimos meses. Os bens de consumo semi duráveis e duráveis assumiram a ponta da lista de itens mais visados. Neste mês, o primeiro lugar ficou com as televisões, sendo alvo de 22,9% dos entrevistados. Em seguida, aparecem itens de vestuário (21,1%), calçados (13%), móveis (12%), geladeira (11,8%) e máquina de lavar roupa (8,2%).

Outros produtos como fogões, automóveis, imóveis, motos, micro-ondas e freezers também estão no ranking dos cobiçados em julho. "Essa mudança aconteceu por causa das datas comemorativas também. Como nossa recuperação está se dando de forma muito lenta, como consequência, o mercado de trabalho ainda está prejudicado. Sem emprego, é difícil ter uma renda fixa e dessa forma não tem como comprar", diz Brilhante.

O ticket médio de compras para este mês ficou em R$ 596,81, valor dentro da média esperada, de acordo com a diretora institucional da Fecomércio-CE. Ela acrescenta que as vendas do varejo devem melhorar nos próximos dias com a entrada dos recursos da primeira parcela do décimo terceiro salário dos servidores estaduais e municipais. "Nós aconselhamos, no entanto, as pessoas a priorizarem o pagamento das dívidas, a limpar o nome, voltar a ser um consumidor ativo para então retornar às compras", alerta.

Cenário

O índice de confiança do consumidor sofreu queda de 3,9% na passagem de junho para julho, atingindo 102,3 pontos, menor nível desde dezembro de 2017 (95,3 pontos), mas ainda na área do otimismo.

Os mais confiantes este mês são os homens (107,3 pontos), com idade entre 18 e 24 anos (107,7 pontos), com ensino superior (106,8 pontos) e renda familiar superior a dez salários mínimos (112,6 pontos).

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