13,4 milhões de pessoas na fila do desemprego

Entre fevereiro e abril deste ano, a taxa de desemprego atingiu 12,9% no Brasil, segundo dados do IBGE

Escrito por Redação ,
Legenda: Entre fevereiro e abril deste ano, o rendimento médio real habitual em todos os trabalhos foi de R$ 2.182, estável em relação ao trimestre anterior
Foto: FOTO: JL ROSA

São Paulo. A taxa de desemprego voltou a crescer no trimestre encerrado em abril deste ano, para 12,9%, atingindo 13,4 milhões de brasileiros, informou, nessa terça-feira (29), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No trimestre imediatamente anterior (novembro de 2017 a janeiro de 2018), o desemprego foi de 12,2%. Em relação aos três meses do ano anterior, quando a taxa era de 13,6%, no entanto, o indicador registrou queda.

"Temos que levar em consideração que 2017 é uma base fraca de comparação. No curto prazo, a situação se inverte e vemos uma situação precarizada do mercado de trabalho, inclusive com diminuição nos empregos formais", afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Em um ano, houve queda de 4,5% na população desocupada - pessoas com 14 anos ou mais que buscaram emprego sem encontrar -, ou seja, 635 mil pessoas deixaram a condição de desempregados. Mas em relação ao trimestre móvel encerrado em janeiro, houve alta de 5,7% nesse contingente, ou seja, 723 mil pessoas passaram a engrossar a fila do desemprego, totalizando 12,7 milhões.

O resultado da Pnad-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de abril foi puxado pelo corte de vagas no comércio, que perdeu 439 mil pessoas (-2,5%) na população ocupada em relação aos três meses encerrados em janeiro.

Carteira assinada

Na mesma base de comparação, a população ocupada teve redução de 1,1%, ou 969 mil pessoas a menos. A queda mais expressiva, de 1,7%, foi entre os empregados com carteira assinada - a categoria perdeu 567 mil trabalhadores. O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (10,9 milhões de pessoas) e por conta própria (23 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE.

Atividades

Nenhum dos dez grupamentos de atividades pesquisadas teve aumento na população ocupada de janeiro para abril. Foram observadas quedas nos segmentos da Construção (-2,7%), Serviços Domésticos (-2,7%) e Comércio (-2,5%). Os demais setores ficaram estáveis.

Na comparação com abril do ano passado, houve geração de postos de trabalho apenas nos segmentos de Outros Serviços (9,1%) e Administração Pública (3,8%). "A taxa de desocupação cresceu substancialmente porque aumentou a população desocupada e continuou a queda da população ocupada. Isso acontece pelas perdas na construção e no comércio, além dos serviços domésticos. São três grupamentos com queda significativa", disse Azeredo, destacando que indústria e agricultura também registraram tendência de queda.

Rendimento

O rendimento médio real habitual em todos os trabalhos (R$ 2.182) no trimestre de fevereiro a abril de 2018 ficou praticamente estável tanto frente ao trimestre anterior (R$ 2.185), como em relação a igual trimestre do ano anterior (R$ 2.165). A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 193 bilhões no trimestre até abril, alta de 2,5% ante igual período do ano anterior. "Essa recuperação do ano passado está se desfazendo ao longo desse ano. Estamos no positivo no longo prazo, mas a melhoria está se desfazendo, inclusive com aumento da população fora da força de trabalho em 2018", encerrou.

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