Trump defende mulher indicada para chefiar a CIA

Acusada de adotar a tortura como método em interrogatórios, Gina Haspel recebeu apoio do líder norte-americano

Escrito por Redação ,

Washington. O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu Gina Haspel, sua indicada para chefiar a CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla em inglês), ontem , após a imprensa americana revelar que ela cogitou rejeitar a indicação.

Segundo o jornal "Washington Post", Gina teria receio de que a audiência de confirmação no Comitê de Inteligência do Senado, pela qual ela passará amanhã (9), causasse danos à sua reputação e à CIA. A indicada de Trump é investigada por seu suposto papel em um programa já extinto da CIA que teria feito uso de técnicas de tortura, tal como a simulação de afogamento, para interrogar suspeitos da Al Qaeda em prisões secretas no exterior.

"Minha indicada à diretoria da CIA, altamente respeitada, Gina Haspel, passou a ser atacada porque foi dura demais com terroristas. Pense nisso, nestes tempos tão perigosos, temos a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas querem fora por ser muito dura com o terrorismo. Vença, Gina!", publicou Trump no Twitter.

Gina, que pode se tornar a primeira mulher a comandar a CIA, foi indicada por Trump para substituir Mike Pompeo, atual secretário de Estado

Irã

Ontem, também o presidente americano revelou que vai anunciar hoje se abandonará ou não o acordo nuclear assinado em 2015 por Obama com o Irã.

O compromisso foi assumido também por outras cinco potências (Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia). No pacto, foram reduzidas as sanções econômicas impostas ao Irã em troca de limitações ao programa nuclear do país do Oriente Médio. Os líderes mundiais temiam que o Irã usasse o programa para construir armas atômicas

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou que o Ocidente não tem direito de mexer no acordo nuclear, mas Trump vê falhas nos termos do pacto.

Ontem, o preço do petróleo disparou, atingindo os preços mais altos em três anos e meio, devido à ameaça de punição ao Irã e às sanções dos EUA contra a Venezuela, dois membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Jerusalém

Trump também informou, ontem, que não comparecerá à cerimônia de abertura da embaixada americana em Jerusalém na próxima semana. Nem ele nem seu vice, Mike Pence, estarão presente no ato que marcará o reconhecimento, por parte dos EUA, de Jerusalém como capital de Israel. Trump havia deixado em aberto a possibilidade de comparecer à cerimônia.

A ordem para a transferência da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém foi dada por Trump em 2017, cumprindo uma promessa de campanha que despertou condenação de vários aliados americanos. Para os críticos, a decisão torna ainda mais difícil um acordo de paz entre palestinos e israelenses. O vice-secretário de Estado, John Sullivan, chefiará a delegação na cerimônia.