Trump: 'caso deve ser investigado'

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente pediu inquérito sobre funcionário que denunciou suposta 'resistência' no governo
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Washington/Nova York. Donald Trump está irritado após revelações sobre um suposto caos na Casa Branca. Na sexta-feira (7), ele chegou a pedir para a Justiça investigar o oficial de alto escalão que, sob anonimato, denunciou sua incompetência e alega pertencer a uma "resistência" silenciosa dentro do governo dos Estados Unidos.

O presidente norte-americano sofreu um golpe duplo com a publicação, em um intervalo de 24 horas, de uma coluna de opinião no The New York Times e de trechos de um livro devastador do famoso jornalista investigativo Bob Woodward.

"O livro de Woodward é uma fraude. Eu não falo da forma que sou citado. Se esse fosse o caso, não teria sido eleito presidente", escreveu o presidente em um tuíte, de Montana.

"O autor usa em seu livro todas as artimanhas possíveis para degradar e depreciar", acrescentou. "Gostaria que as pessoas pudessem ver a realidade - e nosso país vai MUITO BEM!".

Ao longo das 448 páginas de "Fear: Trump in the White House" (Medo: Trump na Casa Branca), o jornalista norte-americano descreve Trump como um homem inculto, colérico, imprevisível e incapaz de enfrentar os desafios da Presidência, cujos funcionários se esforçam para controlar e evitar suas subidas de tom. Woodward relata, por exemplo, a frustração recorrente do chefe de gabinete, John Kelly, tradicionalmente o homem mais próximo do presidente na "Ala Oeste". Em uma reunião entre um círculo reduzido, Kelly teria dito sobre Trump: "É um idiota. É inútil tentar convencê-lo de qualquer coisa (...) Nem sei o que estou fazendo aqui. Este é o pior trabalho que já tive". Em uma breve reação, Kelly garantiu que nunca chamou o presidente de "idiota".

O empresário nova-iorquino tomou, por sua vez, um exemplo concreto do trabalho de Woodward para tentar desqualificá-lo. No início da semana, disse que nunca descreveu seu secretário da Justiça, Jeff Sessions, de "retardado" e "estúpido do Sul", como afirma o livro. Disse ainda nunca ter usado a palavra "retardado" para se referir a quem quer que seja.

Foi rapidamente desmentido por várias gravações, porém, as quais demonstraram que ele já usou o termo no passado, em especial para se referir a um jornalista que questionou seu talento como empresário.

'Resistência'

O impacto do livro de Woodward se multiplicou com a publicação, no "The New York Times", de um artigo de opinião anônimo escrito por um funcionário de alto escalão do governo Trump. No texto, o funcionário se apresenta como um membro da "resistência" dentro da Casa Branca e denuncia "a amoralidade do presidente".