Premiê húngaro é reeleito com folga
Budapeste. Em uma vitória que deve dar novo fôlego aos populistas europeus, o premiê Viktor Orbán venceu as eleições parlamentares na Hungria.
A aliança do seu partido, o Fidesz, com os cristãos-democratas recebeu 66,8% dos votos, segundo resultados divulgados na noite de ontem com 95% dos votos apurados.
Reeleito para um terceiro mandato, Orbán conseguiu manter a supermaioria de dois terços que detém na Assembleia Nacional. A coalizão governista deve ocupar 133 das 199 cadeiras do Parlamento, duas a mais do que possui hoje.
O Jobbik (direita ultranacionalista) teve 13% dos votos e deve ocupar 26 cadeiras, seguido pelo Partido Socialista Húngaro (centro-esquerda), que recebeu 10% dos votos, o equivalente a 20 assentos.
Alto comparecimento
A sólida vitória de Orbán veio com um certo gosto de surpresa.
Mais cedo, o próprio líder do Fidesz no Parlamento, Gergely Gulyas, afirmou que considerava "improvável" uma maioria de dois terços.
O comparecimento horas antes do fim da votação era de 68,1%, acima dos 61,7% na eleição de 2014, quando Orbán foi reeleito pela primeira vez. Nos últimos anos, as emendas constitucionais patrocinadas pelo governo enfraqueceram a independência do Judiciário húngaro e a liberdade de expressão e foram criticadas pela União Europeia.
Entre elas estão a redução da idade de aposentadoria dos juízes da Corte Constitucional, vista como manobra para se livrar de magistrados desfavoráveis ao governo, e a redução de poder da Corte. Inspirados pelo premiê húngaro, os governos de Polônia, República Tcheca e Eslováquia adotaram tons nacionalistas e críticos a uma maior integração na UE.
O tema da imigração dominou toda a campanha feita por Viktor Orbán.