POMS alerta para momento decisivo antissurto de ebola

Escrito por Redação ,
Legenda: O diretor da entidade, Tedros Ghebreyesus, teme a propagação do vírus para áreas urbanas
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Genebra/Bikoro. A epidemia de ebola que matou 27 pessoas na República Democrática do Congo (RDC) está em um "momento decisivo", afirmou, ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS), que espera vacinar 10 mil pessoas no próximo mês. "As próximas semanas realmente nos dirão se esta epidemia se espalhará para áreas urbanas, ou se poderemos controlá-la", disse o diretor do programa de gestão de emergências da OMS, Peter Salama.

"Estamos em uma encruzilhada, em um momento decisivo", ressaltou. A epidemia de ebola foi declarada em 8 de maio em Bikoro, uma cidade de 200 mil habitantes localizada no noroeste da RDC. O vírus já matou 27 pessoas entre os 58 casos registrados, segundo o último relatório da OMS publicado, ontem.

Salama explicou que "ainda é muito cedo para saber para onde a epidemia irá". "Saberemos se vai se espalhar se houver casos adicionais nos grandes centros urbanos", ou se houver casos "em países vizinhos".

Segundo a OMS, os primeiros casos apareceram no início de abril em uma área rural no noroeste da RDC, antes de se espalharem para Mbandaka, uma cidade de cerca de 1,5 milhão de habitantes localizada às margens do rio Congo e conectada à capital, Kinshasa, por vias navegáveis. Sete casos (incluindo quatro confirmados) foram registrados na cidade de Mbandaka, segundo a OMS. Um caso em zona urbana significa que a epidemia "pede se propagar rapidamente", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra.

Segundo Henry Gray, coordenador de emergência da organização Médicos Sem Fronteiras em Mbandaka, "o primeiro paciente, que estava prestes a ser curado, deixou o hospital na noite de domingo".

Vacinação

Salama também explicou que a campanha para vacinar os profissionais da saúde e aqueles em contato com os doentes continua. A organização espera vacinar cerca de 10 mil pessoas até o final de junho. Esta vacina não deve ser considerada, no entanto, como uma "solução milagrosa", mas como "uma parte da resposta", apontou Salama.

O membro da OMS lembrou que, mesmo se forem curadas do ebola, as pessoas ainda podem transmitir o vírus por via sexual durante meses, ou até anos.