Pompeo: CN ainda está longe de cumprir acordo

Em meio a informações de que a Coreia do Norte ainda produz material nuclear, diplomacia dos EUA tenta salvar pacto

Escrito por Redação ,
Legenda: Ao encontrar Trump em junho, líder norte-coreano Kim Jong Un se comprometeu com abandono de arsenal, exibido em desfiles militares em Pyongyang
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Cidade de Singapura.O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, admitiu, na sexta, em Singapura, que ainda há "um longo caminho pela frente" na desnuclearização da Coreia do Norte, enquanto Washington cobrou que Pyongyang respeite sua promessa.

Pompeo está à frente das negociações para cumprir os compromissos alcançados pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, durante sua histórica cúpula de 12 de junho.

O dirigente norte-coreano prometeu trabalhar para uma "desnuclearização completa da península coreana", uma promessa vaga e muito distante das exigências dos EUA, que reclamam um desarmamento completo, verificado e irreversível.

"Podemos ver que ainda temos um longo caminho pela frente para alcançar o resultado final que estamos buscando", afirmou Pompeo, no fórum da Associação de Nações do Sudeste Asiático. Questionado sobre as informações que indicam que Pyongyang continua fabricando mísseis e produzindo materiais nucleares, Pompeo considerou que Kim Jong Un tinha "adquirido o compromisso de desnuclearizar" seu país, como pede "o mundo nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

"Se agiram contrariamente ao (compromisso adquirido), violariam uma ou várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

Sanções

Na sexta, os EUA aplicaram sanções a um banco russo por auxiliar a Coreia do Norte a driblar as medidas do Conselho de Segurança da ONU, criadas para dificultar os programas nuclear e balístico de Pyongyang.

"Os EUA vão continuar a cumprir as sanções da ONU e americanas e interromper fluxos de receita ilícitos para a Coreia do Norte", afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. "Nossas sanções vão continuar em vigor até que tenhamos alcançado a desnuclearização total, completamente verificada, da Coreia do Norte".

Já o Conselho de Segurança da ONU caminha para apoiar uma proposta dos EUA que busca remover alguns obstáculos impostos pelas sanções contra a Coreia do Norte e facilitar a entrega de ajuda humanitária.

Após semanas de negociações, se espera que o Comitê de Sanções da ONU aprove na segunda-feira as novas diretrizes.

A Coreia do Norte vive uma crise humanitária que se traduz por cerca de 10 milhões de pessoas subnutridas, quase a metade da população, segundo funcionários da ONU.