Trump anuncia ataque à Síria em parceria com Reino Unido e França

O propósito de Trump é atingir alvos associados à capacidade de armas químicas do ditador Bashar Al Assad

Escrito por Agência France-Presse/Agência Brasil ,

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (13) ter ordenado "ataques de precisão" contra alvos na Síria, em uma ação coordenada com os governos da França e do Reino Unido, uma semana após um suposto ataque com armas químicas ter matado cerca de 40 civis em Duma.

"Ordenei às forças armadas dos Estados Unidos que lancem ataques de precisão contra alvos associados à capacidade de armas químicas do ditador Bashar Al Assad", disse Trump em discurso à Nação na Casa Branca.

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Enquanto o presidente anunciava os ataques, várias explosões foram ouvidas na capital da Síria, Damasco, segundo um correspondente da AFP.

A TV estatal síria também reportou os ataques americanos e a defesa antiaérea entrou em ação contra a "agressão" americana.

Instantes depois de ordenar o ataque, Trump responsabilizou Rússia e Irã "por apoiar, equipar e financiar o regime criminoso" da Síria

Em Londres, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que não havia "alternativa prática" ao uso da força na Síria, ao anunciar que o Reino Unido se uniu à França e aos Estados Unidos para lançar ataques contra a Síria.

"Esta noite autorizei as Forças Armadas britânicas a realizar bombardeios coordenados e dirigidos para degradar as capacidades de armas químicas do regime e impedir seu uso".

Em Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que a França participou da operação conjunta, destacando que os bombardeios estavam "circunscritos às capacidades do regime que permitem a produção e o uso de armas químicas".

"Não podemos tolerar a banalização do uso de armas químicas", explicou o presidente em um comunicado.

Momentos antes do pronunciamento à Nação de Trump, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que está em Lima participando da Cúpula das Américas, deixou repentinamente um banquete sem dar explicações e retornou ao hotel onde está hospedado, segundo jornalistas que o acompanham na viagem.

Mais cedo, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, anunciou que os Estados Unidos tinham provas de que Assad havia de fato lançado o ataque com armas químicas na região de Duma.

"Não direi quando tivemos a prova. O ataque ocorreu no sábado e sabemos que foi um ataque químico", disse Nauert à imprensa, em Washington, acrescentando que apenas alguns poucos países, como a Síria, tinham "esse tipo de armas".

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que a Rússia também era responsável pelo ocorrido porque "fracassou em impedir que ocorresse um ataque com armas químicas".

O presidente americano manteve seguidas reuniões de consulta nos últimos dias com seus conselheiros militares e aliados no exterior para definir uma reposta às denúncias de ataque químico.

No Conselho de Segurança da ONU, António Guterres, fez também nesta sexta-feira um apelo dramático a agir com "responsabilidade" para evitar uma "escalada militar total" na Síria.