Sobe para 74 número de mortos em incêndios na Grécia; 26 corpos são encontrados na mesma casa

O primeiro-ministro grego manifestou sua preocupação com o fato de que os focos se desenvolveram em paralelo, indicando a possibilidade de ação criminosa

Escrito por AFP ,

Incêndios florestais registrados nos arredores de Atenas, capital da Grécia, causaram a morte de pelo menos 74 pessoas nesta terça-feira (24), disse Myron Tsagarakis, vereador de Rafina, capital da área turística também afetada pelas chamas. Com informações da AFP.

"Contabilizamos 60 mortos", declarou Myron, confirmando as informações divulgadas pela imprensa local. O governo, no entanto, ainda mantém oficialmente um total de 50 óbitos.

De acordo com números ainda provisórios, os violentos incêndios deflagrados desde segunda-feira (23) também deixaram 172 feridos, entre eles 11 em estado grave.

Na periferia de Atenas, boa parte das vítimas foi registrada em Mati, um balneário situado a cerca de 40 quilômetros ao leste da capital.

Dentre as vítimas, 26 corpos carbonizados foram encontrados nesta terça-feira (24) em uma casa em Mati, de acordo com a Cruz Vermelha.

Os corpos das vítimas estavam abraçados e carbonizados, segundo um fotógrafo da AFP.

Aparentemente, não conseguiram chegar ao mar para se protegerem das chamas, avaliaram os bombeiros, acrescentando que o incêndio foi controlado em Ática. Continua muito ativo, porém, em Kineta, 50 quilômetros ao oeste de Atenas.

A maioria das vítimas "morreu nas casas, ou nos automóveis", declarou o porta-voz do governo grego, Dimitris Tzanakopoulos.

As autoridades seguem buscando vítimas e retirando os afetados nesta terça-feira, segundo o porta-voz do governo grego, Dimitris Tzanakopoulos

Nove barcos da patrulha costeira, dois navios da Marinha e "dezenas de barcos particulares", auxiliados por helicópteros do Exército, realizam evacuações a partir do porto de Rafina, próximo a Mati, onde residentes e turistas se refugiaram na beira do mar, informou Tzanakopoulos.

A presidência da República cancelou os festejos desta terça-feira para recordar o restabelecimento da democracia na Grécia, em julho de 1974.

 

Reforço europeu

Tzanakopoulos anunciou que a Espanha enviará dois aviões e Chipre, uma equipe com 60 bombeiros, após a Grécia ativar o mecanismo europeu de defesa civil para obter ajuda de seus sócios.

O premier grego, Alexis Tsipras, encurtou sua viagem à Bósnia para liderar a célula de crise.

Na segunda-feira, após presidir uma reunião do gabinete, Tsipras antecipou uma "noite difícil" e informou que há "mais de 600" bombeiros combatendo em três frentes, incluindo duas que seguem avançando nos arredores de Mati e a 55 km a oeste da capital, na localidade de Kinetta.

As operações aéreas de combate às chamas, das quais participam oito aviões e nove helicópteros, foram interrompidas durante a noite.

Segundo o secretário-geral da Defesa Civil, Yannis Kapakis, os incêndios foram avivados por ventos de mais de 100 km/h, uma "situação extrema".

O primeiro-ministro manifestou sua "preocupação com o fato de que estes focos se desenvolveram em paralelo", indicando a possibilidade de uma origem criminosa.

Em Kinetta, os incêndios destruíram casas e veículos e três vilas foram evacuadas, com a prefeitura criando albergues para os deslocados.

A Grécia enfrenta uma onda de calor com temperaturas de até 40ºC, e segundo os serviços de meteorologia as condições seguirão muito complicadas nesta terça-feira.

Outros países

Na Suécia havia 27 incêndios ativos nesta segunda-feira, segundo a Defesa Civil, no momento em que as temperaturas devem atingir os 35ºC.

França, Itália e Alemanha enviaram apoio aéreo  terrestre, além de bombeiros, para ajudar a sufocar as chamas na Suécia, onde geralmente no verão as temperaturas ficam em torno dos 23ºC.

A Suécia vive uma seca sem precedentes e os termômetros atingiram temperaturas jamais vistas em um século

Na Lapônia, a província mais setentrional da Finlândia, os incêndios arrasaram bosques e pastos na região da fronteira com a Rússia.

Na Noruega, que este ano viveu um mês de maio com temperaturas recordes, também ocorrem vários pequenos incêndios, e um bombeiro morreu em 15 de julho.

Na Letônia, as chamas destruíram mais de 800 hectares nas regiões ocidentais do país em cinco dias.

Os especialistas advertem que as temperaturas se manterão altas e não choverá no país nas próximas duas semanas.