Palestina e Israel acertam cessar-fogo em Gaza com mediação do Egito

A decisão foi anunciada após bombardeios contra Gaza

Escrito por AFP ,

O Hamas anunciou neste sábado (14) uma trégua para acabar com os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza e os disparos de foguetes em direção ao território israelense, após os bombardeios mais importantes contra o enclave palestino desde a guerra de 2014. A mediação do Egito permitiu o cessar-fogo, declarou o porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum. Já o Exército hebreu se pronunciou. 

Dois adolescentes palestinos morreram nos ataques aéreos de Israel contra a Faixa de Gaza neste sábado (14), apontados como "o golpe mais duro" de Israel sobre o Hamas desde 2014 pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Os ataques se seguiram a uma sexta-feira (13) de violentas manifestações na faixa que separa Israel do enclave palestino. Os ataques aéreos de sexta à noite ocorreram quase simultaneamente com o lançamento de foguetes e morteiros da Faixa de Gaza no sul de Israel. 

Antes do anúncio da trégua, o general da Força Aérea Tzvika Haimovic declarou que a campanha aérea "maciça" iria continuar, sem especificar seus objetivos. "Estamos preparados para todos os cenários possíveis", garantiu.

Protestos 

Desde o dia 30 de março, a Faixa de Gaza é palco de protestos contra o bloqueio israelense e pelo direito de regresso dos palestinos às terras das quais fugiram, ou foram expulsos, com a criação de Israel, em 1948.

Os soldados israelenses já mataram 140 palestinos desde que começou a mobilização. Em nota, o Exército hebreu apontou que "aviões de ataque atingiram um túnel destinado a ações terroristas no sul da Faixa de Gaza, assim como vários locais terroristas situados em bases militares no conjunto".

"Os ataques foram uma resposta aos atos de terror durante os violentos protestos contra o território israelense através do lançamento de balões incendiários a partir da Faixa de Gaza", declarou um oficial.

Segundo o Exército, os militares lançaram granadas, artefatos explosivos, coquetéis molotov e pedras em direção aos soldados, e um militar ficou ferido.

Os bombardeios israelenses foram seguidos de "pelo menos 31 disparos a partir da Faixa de Gaza, em direção ao território de Israel, dos quais cinco acabaram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea", precisou o Exército.

O porta-voz do Hamas, Fauzi Bahum, reivindicou os disparos, explicando que foi uma "resposta imediata da resistência".