Nasa investigará uso de drogas na SpaceX e Boeing

Decisão foi tomada após Elon Musk, dono da SpaceX, fumar maconha durante entrevista

Escrito por AFP ,

A Nasa confirmou, nesta terça-feira, que investigará sobre o uso de drogas e a segurança de seus provedores SpaceX e Boeing, depois de que Elon Musk, proprietário da primeira, fumou maconha durante uma entrevista ao vivo em setembro.

O chefe da agência espacial americana, William Gerstenmaier, disse ao "The Washington Post" que a investigação se concentrará em "tudo que possa ter um impacto na segurança". 

Em um comunicado, a Nasa confirmou que nos próximos meses "realizará um estudo de avaliação da cultura (de usos e costumes) em coordenação com nossos sócios privados, para se assegurar de que as empresas cumprem os critérios da Nasa de segurança no trabalho, incluindo o respeito a um ambiente livre de drogas". 

A SpaceX e a Boeing são as duas companhias escolhidas pela Nasa para transportar astronautas ao espaço a partir de 2019

A Nasa não confirmou oficialmente que estas investigações estão relacionadas com o caso do cigarro de maconha de Musk, mas o fato de que se refira às drogas em sua declaração parece indicar isso, e três fontes o confirmaram ao "The Washington Post". 

No início de setembro, o polêmico magnata passou duas horas ao vivo em uma entrevista de rádio, filmada e transmitida na internet, bebendo uísque e fumando maconha. 

Sem mencionar o caso, o chefe da Nasa, Jim Bridenstine, disse ao "Washington Post" que a agência espacial dos Estados Unidos queria tranquilizar o público sobre os lançamentos de astronautas planejados para 2019 pelas duas companhias. 

"Temos que mostrar aos americanos que quando você põe um astronauta em um foguete, ele está a salvo", afirmou. 

A SpaceX foi certificada recentemente pela Nasa para lançar suas missões mais complexas e caras.

"A SpaceX está promovendo ativamente a segurança no lugar de trabalho, e confiamos em que nossos programas antidrogas entre nosso pessoal e em nossos lugares de trabalho superem os critérios contratuais", disse a companhia em um comunicado. 

A Boeing declarou que a cultura interna garante "a integridade, segurança e qualidade de nossos produtos, nosso pessoal e seu entorno profissional".

Foguete

Musk anunciou, na noite de segunda-feira, que seu próximo foguete, que voará ao redor da Lua e talvez algum dia se aventure a ir à Marte, se chamará finalmente "Starship"

"Rebatizo o BFR Starship" (nave espacial), afirmou Musk em sua conta de Twitter na noite de segunda-feira. Até agora o nome deste mega foguete, em processo de construção, era BFR - supostas iniciais de Big Falcon Rocket -, embora a SpaceX nunca tenha confirmado oficialmente o que significasse. 

Musk anunciou em setembro em sua fábrica de Hawthorne, Califórnia, que o bilionário japonês Yusaku Maezawa havia pago para voar à Lua com seis ou oito artistas em 2023 e que a viagem seria em um BFR, um foguete de 118 metros de altura qualificado como um dos mais potentes já construídos na história da conquista espacial. 

A SpaceX hoje utiliza dois foguetes. Seu lançador principal, o Falcon 9, que já completou 18 missões este ano e mais de 60 desde 2012, e o Falcon Heavy, capaz de transportar cargas mais pesadas, lançado em fevereiro ao espaço para um voo de teste transportando um carro Tesla com um manequim ao volante. 

Mas estes dois foguetes estão destinados a desaparecer para dar lugar ao "Starship", anunciou Musk.  O magnata inventor já havia dito no sábado em um tuíte que a SpaceX deixaria de atualizar o Falcon 9 para se concentrar só no BFR/Starship. 

"Em seu lugar, estamos acelerando o BFR", escreveu. O futuro mega foguete terá duas partes: o primeiro estágio, chamado Super Heavy e destinado a "eludir a gravidade da Terra", e o superior, Starship, que servirá de nave tripulada para alcançar os outros planetas.

Musk não especificou se o nome era uma homenagem ao famoso grupo de pop-rock americano que fez sucesso em meados da década de 1980.