México encerra hoje comemorações do Dia dos Mortos

Rostos pintados de caveira são uma das marcas da festa

Escrito por Folhapress ,

Com os rostos pintados de caveira e adornos de flores nos cabelos e roupas, 1,8 milhão de pessoas participaram do Desfile dos Mortos na Cidade do México no sábado (27/10). O evento iniciou as comemorações do Dia dos Mortos no país, que acontece entre a meia-noite do dia 31 de outubro até hoje, o feriado católico de Finados.

É isso mesmo: comemorações. No México, a data não é de luto, mas de festa, música e comilança. No evento, as famílias reúnem-se nos cemitérios ou em casa, ao redor de túmulos e altares decorados, para honrar entes falecidos com seus pratos favoritos e doces típicos como o pan de muertos, um pão doce recheado.

Para o cônsul para Assuntos Culturais e Comunitários do México, Oscar Soberanes, o feriado lembra mais o Carnaval brasileiro do que o Halloween, dia dos mortos anglo-saxão. "É uma festa muito alegre, ninguém fica com medo", diz, ressaltando que ela ganha a cada ano novos elementos.

É o caso do próprio desfile. Em sua terceira edição (a primeira foi em 2016), ele acontece em um trecho de cerca de cinco quilômetros em uma das principais avenidas da Cidade do México, a Paseo de La Reforma. E inclui desde carros alegóricos de crânios, barcos e caveiras mexicanas a shows de rock, jazz e blues.

Os festejos tradicionais nos cemitérios e lares ainda têm lugar, no entanto, e atraem cerca de 7,5 milhões de turistas ao país anualmente. Ainda na Cidade do México, centenas de pessoas se reúnem para receber as almas dos mortos no panteão de San Andrés Mixquic ao anoitecer; na região de Xochimilco, no centro, a lenda da La Llorona (A Chorona) é encenada ano após ano.

No Brasil, o dia dos mortos mexicano foi comemorado no Memorial da América Latina, em São Paulo, no fim de semana, 28 e 29 de outubro. Em parceria com o consulado do México, o centro cultural organizou um concurso de fantasia e feiras de artesanato e de gastronomia.

Lá também fica, até esta sexta-feira (2), uma exposição de altares inspirados na festa mexicana produzidos por alunos do Centro Paula Souza, com entrada gratuita. No mesmo dia, acontece a Zombie Walk paulistana, com concentração às 15h na Praça do Patriarca, início da caminhada às 17h, e término às 18h, no Vale do Anhangabaú.

Em qualquer um dos eventos, vale abraçar o lema da festa mexicana, que, nas palavras de Oscar Soberanes, "lembra que estamos vivos e temos que aproveitar a vida".