Marte não é um plano B para a humanidade, alerta astronauta

Mae Jemison clamou por uma solução para a mudança climática

Escrito por AFP ,

A ex-astronauta americana Mae Jemison convocou o mundo, em palestra na COP24 nesta terça-feira (4), a "uma tomada de consciência" das ameaças da mudança climática, destacando que o planeta Marte não pode se tornar "um plano B" para a humanidade.

>Espaçonave da Nasa chega a asteroide com risco de colidir com a Terra
>Cápsula Soyuz se acopla à ISS após primeiro voo tripulado desde acidente

Ainda que a luta contra a mudança climática seja, "talvez, o problema mais importante" que a humanidade já enfrentou, "temos de resolvê-lo, e é realmente importante entender que é um problema de todos", declarou a primeira afro-americana a ir ao espaço, no terceiro dia da 24ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP24), em Katowice, na Polônia.

"Quando as pessoas dizem 'salvem a Terra', elas estão equivocadas. Não se trata de salvar a Terra. Trata-se de garantir que não continuaremos de danificá-la a ponto de que ela não possa mais nos acolher", afirmou, evocando "o incrível Planeta Azul", "forte e resistente", que ela viu da janela de uma nave espacial em 1992.

"Temos de ser muito, muito claros. É uma tomada de consciência: a Terra não precisa de nós, nós precisamos da Terra. E, apesar da minha vontade de ir a Marte, não é um plano B para nossa civilização e nossa espécie", insistiu.

Cerca de 200 países estão reunidos desde domingo em Katowice, capital polonesa do carvão, para tentar dar vida ao Acordo de Paris. Seus representantes devem concluir até meados de dezembro as regras de aplicação desse acordo firmado em 2015. O objetivo é limitar o aquecimento do planeta a +2°C, idealmente a +1,5°C, em relação ao registrado na era pré-industrial.

Um relatório recente dos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) fala em claras diferenças em termos de impactos esperados entre essas duas metas. De acordo com o texto, para ficar abaixo de +1,5°C, é necessário reduzir as emissões de CO2 em quase 50% até 2030 em comparação com 2010.