Chefe de embaixada do Brasil diz que clima em Damasco é de 'aparente normalidade'

A embaixada brasileira estará aberta para todos os brasileiros que precisarem retirar documentos para sair do país

Escrito por Patrícia Campos Mello / FolhaPress ,

O chefe da embaixada do Brasil na Síria, Achilles Zaluar Neto, disse neste sábado (14) que, apesar da tensão, há um clima de "aparente normalidade" em Damasco, depois da ofensiva aérea liderada por Washington em represália ao suposto ataque químico que matou 40 pessoas na semana passada. 

"Estou olhando da minha janela agora, aqui na embaixada, e vejo crianças e famílias brincando no parque", disse o embaixador Zaluar, que é encarregado de negócios na embaixada, que está sem embaixador.

Segundo Donald Trump, o lançamento de 58 mísseis teve como objetivo destruir cerca de um quinto da Força Aérea síria. A ação teve participação de militares do Reino Unido e da França. 

No centro da capital, há uma pequena passeata de sírios pró-regime do ditador Bashar al-Assad, com bandeiras do país.

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"Claro que as pessoas estão apreensivas, mas o povo sírio é estoico", diz. Segundo Zaluar, não há vítimas brasileiras.

Há cerca de 1.300 brasileiros registrados na embaixada brasileira na Síria, mas nem todos estão morando em Damasco –alguns se dividem entre Líbano e Síria, ou Brasil e Síria.

Os ataques foram em três áreas, em instalações militares. Segundo Zaluar, o governo brasileiro não orientou os brasileiros a deixar o país. Mas recomenda que os brasileiros na Síria limitem seus deslocamentos no país e façam estoques de alimentos e água.

Segundo o embaixador, um grupo de operários brasileiros que trabalham em uma siderúrgica na Síria foi transferido para o Líbano.

O embaixador estava em Beirute no horário dos ataques, entre as 4h e as 5h. Mas foi para Damasco logo após o ataque e está lá no momento.

A embaixada estará aberta para todos os brasileiros que precisarem retirar documentos para sair do país.

Funcionários da embaixada relataram ter ouvido muito barulho no momento do ataque, que foi nos arredores de Damasco.

"Mas o barulho mais alto eram dos mísseis antiaéreos do governo sírio", afirmou Zaluar.