Carlos Ghosn renuncia à presidência da Renault

Ele foi denunciado por quebra de confiança grave e omissão parcial de remuneração em demonstrações contábeis, no período em que foi presidente do conselho da montadora japonesa Nissan

Escrito por Folha Press ,

O presidente-executivo e do conselho da Renault, Carlos Ghosn, preso no Japão desde 19 de novembro, renunciou à direção do grupo.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24) durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), pelo ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire.

Ghosn resolveu abdicar voluntariamente do cargo depois que as esperanças de deixar a prisão em Tóquio foram freadas pelas consecutivas rejeições aos seus pedidos de liberdade sob fiança.

O conselho de administração da Renault deve se reunir nesta quinta em Paris para definir um novo presidente e um diretor geral.

O governo francês, o maior acionista da Renault, confirmou que o conselho estava sendo chamado para nomear o presidente-executivo da fabricante de pneus Michelin, Jean-Dominique Senard, como presidente do conselho e Thierry Bolloré, que já vem comandando as operações da empresa, como presidente-executivo.

Senard e Bollore "serão apresentados nesta manhã ao conselho de diretores", disse o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, antes do início da reunião nesta manhã.

Ghosn também deve renunciar como presidente-executivo e do conselho da aliança entre Renault, Nissan e Mitsubishi, e deve ser substituído por Senard nesses papéis, informou o jornal Financial Times citando pessoas informadas sobre o assunto.

Os procuradores públicos de Tóquio indiciaram Ghosn por quebra de confiança e apropriações financeiras. Ele deve permanecer em detenção provisória pelo menos até 10 de março. Ghosn nega todas as acusações