Arredores de cidade estratégica no Iêmen sofrem bombardeio

Rotas de abastecimento dos rebeldes no caminho de Hodeida entram na mira da coalizão saudita

Escrito por AFP ,

A coalizão pró-governamental liderada pela Arábia Saudita no Iêmen lançou ataques aéreos neste domingo contra rotas de abastecimento dos rebeldes nos arredores da cidade estratégica de Hodeida, controlada pelos huthis, indicaram autoridades pró-governo, rebeldes e um morador.

Os ataques, acompanhados por tiroteios no leste da cidade portuária, aconteceram após uma visita àquela cidade feita na última sexta-feira pelo enviado das Nações Unidas Martin Griffiths, que havia pedido uma trégua permanente em Hodeida antes das negociações de paz na Suécia, que acontecerão no começo de dezembro, segundo os Estados Unidos.

Os bombardeios tiveram como alvos comboios com reforços para os rebeldes na entrada norte da cidade e em zonas situadas ao sul da cidade, informaram representantes das forças pró-governo. Hodeida está localizada no oeste do Iêmen, às margens do Mar Vermelho, e é considerada um porto-chave, por onde entra a maioria da ajuda humanitária destinada àquele país.

Um morador também indicou ter ouvido tiroteios entre os rebeldes e as forças do governo nos bairros do leste de Hodeida. O porta-voz dos rebeldes Mohamed Abdessalam deu conta hoje no Twitter de "35 ataques aéreos nas últimas 12 horas em Hodeida, acompanhados de bombardeios de artilharia".

Segundo fontes pró-governo e dois médicos que trabalham em hospitais, 26 rebeldes morreram nas últimas 24 horas: 14 nos confrontos no leste da cidade e 12 nos que ocorreram no sul de Hodeida.

Cinco membros das forças pró-governo também morreram na cidade nas últimas 24 horas, seja na explosão de minas ou em confrontos, segundo fontes leais.

A pressão internacional conseguiu que fosse respeitada nos últimos 10 dias uma trégua nos combates na cidade, controlada pelos huthis. As forças pró-governo, apoiadas pela Arábia Saudita, tentam recuperá-la há meses, às custas de combates sangrentos.

Para o chefe do Conselho Revolucionário Supremo dos rebeldes, Mohamed Al-Huti, os confrontos e ataques perto de Hodeida representam "um insulto ao enviado da ONU".