Imunoterapia leva Nobel de Medicina

Escrito por Redação ,
Legenda: O americano James P. Allison (d) e o japonês Tasuku Honjo foram premiados pelas descobertas de tratamento que acelera a função do sistema imunológico
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Paris. A imunoterapia poderá substituir um dia a quimioterapia na luta contra o câncer? Qualificada por alguns de revolução e coroada ontem com o Prêmio Nobel de Medicina, esta técnica consiste em reforçar as defesas do corpo ante a doença. O prêmio foi atribuído a dois imunologistas, o americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo, por terem descoberto como provocar uma resposta do organismo contra o câncer, neutralizando algumas moléculas que lhe impedem de se defender.

A imunoterapia "está em pleno auge, é talvez a via mais importante descoberta recentemente para tratar o câncer", afirma o pesquisador francês Pierre Goldstein. "É uma revolução equivalente à chegada dos antibióticos", afirma Eric Vivier, pesquisador e diretor da Innate Pharma, empresa francesa de biotecnologia especializada na pesquisa deste tratamento.

Esta técnica encontra-se em estágio inicial e não funciona com todos os pacientes. Mas as expectativas são altas, de modo que a indústria farmacêutica está investindo maciçamente.

Remédios

Até julho passado, havia 800 testes clínicos em andamento no mundo e mais de 30 medicamentos em desenvolvimento. "Estes medicamentos transformaram as perspectivas de muitos pacientes que não tinham nenhuma outra opção", aponta o professor Charles Swanton, da associação britânica Cancer Research UK.