Ícone da revolução cubana faria 90 anos

Escrito por Redação ,
Legenda: Um dos líderes do levante que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, 'Che' Guevara ainda resiste como imagem de inspiração às novas gerações de esquerda
Foto: FOTO: AFP

Ernesto "Che" Guevara completaria 90 anos de idade hoje. Nascido na Argentina e morto com uma rajada de fuzil aos 39 anos, o médico e militante marxista foi uma da figuras principais da Revolução Cubana (1953-1959), que derrubou o governo de Fulgencio Batista, ao lado dos irmãos Fidel e Raúl Castro.

Reconhecido por também contribuir para a formação de sociedades mais justas em países como Guatemala, Congo e Bolívia, o guerrilheiro serviu para inspirar diversas gerações de idealistas pelo mundo, virando um símbolo da contracultura, cuja imagem e estilo, como a boina na cabeça, os cabelos longos e a barba desgrenhada, foram incorporados em diversas áreas da cultura, das produções audiovisuais à moda.

"Che" é um dos personagens que mudaram a história e se tornou ícone de toda uma geração, a partir dos anos 1960, quando o mundo refletiu a inquietação da juventude em busca de novos caminhos, o embate ideológico entre direita e esquerda, em meio ao comodismo de grande parcela da população.

Em 9 de outubro de 1967, Che, camarada de armas de Fidel, morreu na Bolívia, um revés na luta guerrilheira que Cuba fomentou na América Latina.

Da morte ao mito, a imagem do guerrilheiro que defende um ideal motivou muitos livros e biografias. Um dos mais recentes foi escrito pela pesquisadora franco-argentina Marcela Iacub, que fez um perfil psicológico.

Diretora de pesquisa no Centre National de la Recherche Scientifique (Centro Nacional de Pesquisa Científica) francês, ela publicou "Le Che, à mort" (Che, até a morte, na tradução).

"Queria salvar a humanidade, tornando-se um grande cientista quando era jovem. Estudou Medicina. Como não teve êxito por esse caminho, tentou liderar uma guerra total e definitiva contra o capitalismo", afirmou.

Segundo a pesquisadora, Che sempre cogitou morrer cedo.

"Em sua adolescência, não era nem comunista, mas havia decidido morrer muito jovem, como um mártir. É o que se pode ler em alguns de seus poemas".

Foi o sargento Mario Teran que o fuzilou, fazendo, inconscientemente, o guerrilheiro de 39 anos virar uma lenda.