Guatemala inaugura em Israel nova embaixada

País da América Central segue EUA e muda sua sede diplomática para 'Cidade Santa', um alvo de disputa histórica

Escrito por Redação ,

Jerusalém/Guatemala. A Guatemala inaugurou ontem em Jerusalém sua nova embaixada em Israel, seguindo o passo dos EUA em um processo de ruptura diplomática que desperta a ira dos palestinos. É o segundo país a transferir sua representação diplomática para Jerusalém.

Seu presidente Jimmy Morales e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, inauguraram a nova embaixada em uma torre do sul de Jerusalém.

 

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Já a liderança palestina acusou o governo guatemalteco de se colocar ao lado dos "crimes de guerra israelenses".

Menos de 48 horas após a controversa abertura da embaixada dos EUA, que coincidiu com um de sangue na Faixa de Gaza, o país centro-americano de cerca de 16 milhões de pessoas, cuja embaixada se encontrava em Herzliya, perto de Tel Aviv, também rompeu com décadas de consenso internacional. A dezenas de quilômetros de distância, a Faixa de Gaza estava calma após a violência na segunda, que deixou 60 palestinos mortos.

A decisão de Morales é criticada em seu país como uma promessa aos EUA. Também é interpretada como relacionada à religião do presidente, um protestante. Os evangélicos, como o vice-presidente americano Mike Pence, teriam influenciado fortemente a decisão polêmica de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, o que resultou na transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém.

Os evangélicos apoiam Israel fervorosamente porque querem ver os judeus reconstruírem seu templo em Jerusalém, o que deveria facilitar o retorno de Cristo de acordo com suas crenças.

Reação palestina

A direção palestina anunciou ontem que convocou para consultas seus embaixadores em quatro países da União Europeia que enviaram representantes à cerimônia israelense por ocasião da abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém: Áustria, Hungria, República Tcheca e Romênia. Além da Guatemala, o Paraguai também quer mudar sua missão diplomática.

Um funcionário de alto escalão do Hamas em Gaza afirmou, ontem, que 50 dos 62 palestinos que morreram esta semana nos incidentes na fronteira eram membros do grupo "Cinquenta dos mártires eram do Hamas e 12 civis", disse Salah Bardawil.