Governo é acusado de tentar privatizar Taj Mahal

Escrito por Redação ,

Nova Délhi. Defensores do patrimônio nacional da Índia acusaram nesse domingo (29) o governo do país de tentar privatizar relíquias histórias como o Taj Mahal. As manifestações surgiram após o Executivo ter lançado um controverso projeto para permitir que companhias "adotem" dezenas de monumentos.

A oposição acusou o gabinete do primeiro-ministro, Nerendra Modi, de "alugar" monumentos através do programa "Adote um Patrimônio", pelo qual 95 locais históricos passarão a ser geridos por empresas privadas.

O ministério do Turismo da Índia anunciou no sábado um contrato de cinco anos, por 250 milhões de rupias (3,7 milhões de dólares), com o conglomerado Damia Bharat pelo icônico Forte Vermelho de Délhi construído no século XVII - Patrimônio Mundial da Unesco. A lista também inclui outros monumentos, como o Taj Mahal - pelo qual competem dois grupos - e o complexo Qutub Minar de Dhéli, do século XII, também parte do Patrimônio Mundial da Unesco.

Segundo o projeto, Dalmia Bharat poderá instalar publicidades, fixar preços de entradas e ganhar dinheiro com suas vendas sob a supervisão do governo.

Os críticos do programa o consideram uma forma de privatizar os locais e exigiram que, ao invés disso, se aumentem os fundos para conservá-los.

"Por que teria que alugá-lo? Hoje é um dia triste e sombrio em nossa história", tuitou Mamata Banerjee, ministro principal do estado de Bengala Ocidental.

A historiadora e ativista Rana Safvi advertiu que não está clara a maneira como se controlará a gestão das empresas sobre esses monumentos.

A Índia abriga cerca de 3.700 monumentos históricos, 31 deles inclusos na lista de Patrimônio Mundial da Unesco. O Taj Mahal recebe, em média, de 7 a 8 milhões de visitantes por ano. O mausoléu foi uma encomenda do imperador Shan Jahan, em memória de sua mulher, Mumtaz Mahal.