EUA mantêm esperança de encontro com Coreia do Norte apesar de ameaças

Escrito por Redação ,

Washington/Pyongyang. O governo dos EUA mantém a esperança de que a reunião de cúpula prevista entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente Donald Trump aconteça, apesar das ameaças de Pyongyang de cancelar o encontro. "Nada nos foi notificado, não ouvimos nada (...) Veremos o que vai acontecer", indicou em um despacho o presidente Trump, que se absteve de utilizar o Twitter para comentar o assunto nas últimas 24 horas.

Em um retorno à tradicional retórica incendiária, após meses de aproximação diplomática, a Coreia do Norte afirmou ontem que o encontro histórico será cancelado se Washington continuar exigindo que o país abandone seu arsenal nuclear de modo unilateral. Se o governo americano "nos encurralar e nos pedir unilateralmente para abandonar nossas armas nucleares, não vamos ter qualquer interesse nas conversações e vamos ter que reconsiderar se aceitamos a futura cúpula entre Coreia do Norte e Estados Unidos", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Kim Kye Gwan.

Pyongyang também anunciou que cancelou as conversações de alto nível que estavam previstas entre seus representantes e os de Seul para ontem, em consequência dos exercícios aéreos conjuntos entre EUA e Coreia do Sul. "Ainda estamos esperançosos de que a reunião aconteça e vamos continuar neste caminho", declarou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. "Ao mesmo tempo... Nos preparamos para que estas possam ser negociações duras", completou.

Modelo líbio

A China, aliada de Pyongyang, expressou a "esperança" de que a reunião de cúpula aconteça. Washington pressiona para que Pyongyang elimine completamente suas armas nucleares, de forma verificável e irreversível.

O funcionário norte-coreano criticou o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, por sua proposta de que a desnuclearização deve seguir "o modelo líbio". "Isto foi um movimento estranho para impor ao nosso digno Estado o destino da Líbia ou do Iraque". A Coreia do Norte afirma que precisa das armas nucleares como proteção a uma potencial invasão dos EUA. Após renunciar a seu programa nuclear, o ditador líbio Muamar Khadafi foi derrubado e morreu em uma revolta popular que teve o apoio da Otan.